Vivendo em Cuiabá há 22 anos, elesbonense João Farias, o "Grizorte" destaca mudanças em Elesbão Veloso e faz planos para o futuro: "não descarto morar aqui novamente”.

Na semana passada nossa reportagem percorreu o bairro Piçarra e esteve na Rua Marcos Parente, mais precisamente na residência da senhora Maria Henrique Farias, a "Maria do Belo", 75 anos, que no momento recepciona os filhos Gonçalo e João Farias, ambos residentes em Cuiabá-MT. O primeiro deixou Elesbão Veloso em 1985, sendo que desde então não mais havia retornado. O outro, nosso colega de infância à época de escola falou ao Painel Popular/Fm Eldorado e lembrou um pouco da sua vida desde que decidiu também rumar para terras mato-grossenses em 1992, assim que atingiu a maioridade.

João Farias da Silva, o popular "Grizorte", 40 anos (30/01/1974) esteve em Elesbão pela última vez em 1997. De lá pra cá o vácuo da saudade é geralmente preenchido por meio de contato por telefone. Inicialmente ele fala sobre a sensação de retornar sua terra natal, que em sua opinião está crescendo.

- Muito boa à sensação. Apesar dos 17 anos longe da minha família, é muito bom rever todo mundo, alguns amigos; muito deles a gente sabe que já foram embora, outros infelizmente morreram, outros permanecem aqui, o melhor é vê que Elesbão Veloso está crescendo em vários setores. Antes, a gente só via trabalhadores rurais, hoje já vemos pessoas trabalhando em postos de gasolina, lojas, restaurantes, já tem outros meios de ganhos na cidade, isso é muito bom., destacou Grizorte, que recordou sua ida para Cuiabá no início da década de 1990.

- Fui pra lá por intermédio da minha irmã Maria Raimunda. Estou morando lá até hoje. No começo, a adaptação foi difícil, gente nova, desconhecida, um frio tremendo, não foi fácil, mas a gente foi acostumando, sentia muita saudade daqui.
Grizorte: retorno a Elesbão após 17 anos
No campo profissional, Grizorte lembra que começou trabalhando em sacarias junto com seu irmão Gonçalo. Depois trabalhou em restaurantes como garçom, em concretarias, enfim teve várias experiências que contribuíram para o avanço na carreira. Foram oito anos militando no setor de restaurantes.

Há 10 anos, vem atuando no ramo de lojas, é assistente administrativo da quase multinacional Citilar, onde começou como ajudante geral, depois separador de mercadorias, até chegar o cargo atual. À época, ele deixou Elesbão apenas com o ensino fundamental incompleto e já em Cuiabá complementou os estudos, fazendo o ensino médio e faculdade para ciências contábeis, e na empresa, ressalta que teve uma ascensão sob todos os aspectos.
Grizorte com a mãe Maria do Belo
- Lá aprendi de tudo, a parte de computação e administração, aprendi dentro da empresa. Graças a Deus sou benquisto na empresa, vim para passar 20 dias aqui no Piauí, mas eles já estão pedindo para eu encurtar as férias e voltar logo. Trabalho de segunda a sexta, das 8h às 18h e sábado, das 8h da manhã, até meio-dia., falou Grizorte, que considera Cuiabá, uma das principais cidades para se viver no Brasil, apesar do alto índice de criminalidade.

- É uma cidade que oferece oportunidades. Só não trabalha quem não quer. É perigosa, mas é bom para trabalho, em minha opinião, no Brasil, é a melhor capital.

Adepto da Igreja Internacional da Graça de Deus, evangélico há 14 anos, Grizorte afirma que cometeu muitos excessos, tanto que vivia na noite, recordou o tempo em que trabalhava em restaurantes até certas horas da madrugada, depois dava uma esticada até os bares e boates. Ele diz que sofreu uma transformação de vida depois que passou a frequentar a igreja. Dotado de vícios, quando jovens, nos dias atuais ele assegura que está livre das coisas mundanas e aproveitou para mandar um recado para os mais novos.
Grizorte é evangélico e assegura que está livre de vícios
- Bebi bastante, tentei ainda fumar, mas vi que não era pra mim, larguei, hoje estou livre de qualquer vício.
 Quanto a bebida, desde o princípio todos sabem que ela não presta; a bebida tira a honra, a vergonha, a moral, a credibilidade, acaba com o caráter da pessoa, sem falar que destrói o físico., falou Grizorte, acrescentando que deixou de trabalhar em grandes empresas por causa do álcool. Ainda solteiro, ele brinca quando questionado sobre casamento.

- A minha tampa está por aí, está perdida, só tenho certeza que não sou frigideira, que dizem que não tem tampa. No momento estou relax, na minha, sou feliz pela maneira que estou vivendo.

O reencontro com mãe no final do mês passado, conta Grizorte foi emocionante. A vinda à Elesbão Veloso já estava programada há alguns dias. Ele recordou à infância, os tempos de menino, a vida colegial na Escola José Martins, a pacatez da cidade, que ele não descarta voltar a morar um dia.

- O futuro somente Deus sabe, então não descarto um dia morar aqui novamente. Mas no momento meus planos estão voltados para Cuiabá, nesse retorno penso em conseguir minha casa, já tenho terreno. Se um dia vir pra cá, deixo uma casa lá para minha segurança., finalizou Grizorte.

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