GENTE DA CIDADE: Chico Doca, o homem dos jacás em Elesbão Veloso

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No Painel Popular/Fm Eldorado do último domingo(22/2) Edição 668 conhecemos um pouco da vida do senhor Francisco Nonato da Silva, o "Chico Doca", sujeito de origem humilde, nascido no interior de Elesbão Veloso, roceiro nato, mas que também por muito tempo se destacou na parte artesanal fazendo jacás.

Nascido a 18 de março de 1954 na Baixa Cumprida, tendo também morada em localidades próximas dali, como Retiro, Laranjo e Careta, ele conta que desde os 10 anos passou a trabalhar como lavrador, ele recebeu a nossa equipe de reportagem em sua residência situada à Rua Tiradentes, atualmente com 60 anos de idade, Seu Chico Doca que teve uma rápida experiência em São Paulo no final da década de 70, tem uma vida intimamente ligada ao campo e isso muito lhe satisfaz, porém, a descoberta de uma hérnia de disco há pouco mais de dois anos abreviou suas andanças  para o roçado.
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-Infelizmente não posso mais trabalhar e sinto muito por isso por não mais poder fazer nada, fui criado na roça, fazendo tudo desde menino, estando na roça era como se eu estivesse em um cartório, quando via a roça cheia de legume era maior alegria, lembrou Doca.

Homem com pouco estudo, porém bastante aguerrido como roceiro, Seu Chico acredita que as longas jornadas no campo pode ter contribuído para o surgimento da hérnia de disco, pois ele lembra que pegava muito peso e se abaixava por vezes seguidas. A atividade na roça, fonte do sustento familiar prosseguiu até o ano de 2012, quando o problema se agravou.

_ Eu comecei a passar mal lá na roça, onde trabalhava todos os dias de domingo a domingo, quando não era assim, pelo menos de segunda a sexta e sábado e domingo fazendo jacás aqui em casa, completou.


Casado com dona Francisca Maria Dantas, a Chiquinha desde 1980, juntos eles tem quatro filhos, o lavrador disse que a união vai de vento em polpa ainda e se não fosse assim ela teria que aturar.

_ Eu não tenho mais para onde ir, nem que tivesse não iria, agora um tem que aguentar o outro e cuidar, é obrigação, disse.

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Ao tratar em relação os famosos jacás que ele produzia Seu Chico Doca lembrou que houve épocas em que varava noites trabalhando, até porque a procura era tamanha, uma vez que não era apenas para Elesbão Veloso, mas até para outras cidade como Picos, onde ele já atuou na feira. Na sua opinião não fácil fazer jacás, porém depois de pegar a prática a negócio começa a fluir, ele particularmente chegava a fazer 9 jacás por dia. O preparo das peças demanda de muito trabalho.

_ Você corta taboca na mata, traz para casa, lava as talas, põe no sol pçara secar após ter ficado de molho, além do que o valor dado era pouco, hoje mesmo um jogo de jacás custa R$ 40,00, não paga o tempo dispensado para fazer apenas um jacá, disse.

Para os mais jovens, Chico Doca descreveu a utilidade do jacás, antes bastante procurado, hoje no entanto, praticamente caiu em desuso.

_ O jacá serve para embalar mercadoria, para carregar arroz, feijão, milho, mandioca, tudo enquanto, tem jacá que cabe quarta e meia de arroz, tem muitas utilidade, ele não caiu de moda, o que falta é pessoas para fazer, aqui conheci fazendo jacá o Otávio Pinto do Repartimento, Raimundo Marciano, Zé e Chico Elmiro, dentre outros, encerrou Seu Chico Doca.

Por José Loiola Neto.
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