Ginecologista Aylton Brandim repassa dicas de prevenção ao câncer de mama e chama atenção para baixa quantidade de mamógrafos no Piauí.

Dr Aylton Brandim
Ouvido pela Eldorado Fm durante a semana passada, o ginecologista e obstetra Aylton Brandim, que compõe uma das equipes do Programa Saúde da Família- PSF junto a Secretaria de Saúde em Elesbão Veloso, falou a respeito da prevenção ao câncer de mama.

Ayton lembrou que, a prevenção do autoexame da mama, que a mulher pode fazer em casa, que consiste em inspeção e palpação, o diagnóstico das lesões, se realmente for um câncer de mama já estará em um tamanho considerável.

- Um tumor de 2cm é considerado grande. Para nós seria interessante que a gente pegasse esse câncer de mama com uma lesão bem pequena, em torno de 1mm. O que seria importante além do autoexame é que os pacientes passem a fazer a mamografia mais cedo. O SUS fala a partir dos 50 anos, mas eu particularmente passo a propor a realização do exame aos 40 anos.

O médico explicou que a mamografia traça um rastreamento precoce de lesões na mama. Ele observa que é importante para medicina pegar um câncer de mama que não seja detectado pelo exame físico, pois seriam lesões muito pequenas com possibilidade de tratamento e cura em torno de 100%.

O câncer de mama em estado avançado dificulta o tratamento, lembra Aylton Brandim, ressaltando que a partir daí vê-se a possibilidade de realização de cirurgia  e o tratamento coadjuvante através de rádio, quimioterapia ou medicação. Segundo ele, a doença é silenciosa, e quando vai mostrar algum sintoma já está em estado avançado.

- É incrível como a maioria das pacientes que tem dor de mama associa com câncer de mama, não é, já que o câncer de mama é uma doença silenciosa, não tem dor na fase inicial, quando mostra algum sintoma ou sinal de tumoração ou alteração como a chamada formação de pele como 'casca de laranja', aquilo é uma infiltração da pele, um tumor mais avançado.

As dicas de prevenção vão desde a ida ao médico, pelo menos uma vez por ano, fazer o autoexame de mama, lembra ele que nem toda tumoração que a paciente apalpa na mama é um tumor maligno, existem tumores fibroadenoma, que são tumores benignos, que são totalmente retiráveis e curáveis, Importante também saber se alguém na família teve câncer de mama e em que idade surgiu o câncer, se surgiu acima dos 40 anos, o risco mantém, interessante saber se esse câncer surgiu com menos de 40 anos de idade.

O profissional chamou a atenção para o déficit de mamógrafo no país, sendo que que caso particular do Piauí se comparado a outros estados, a situação chega a ser absurda.

- Normalmente você tem um aparelho para uma população X, e aqui no Brasil você tem um aparelho para uma população  3X, que dizer a fila demora andar. Importante lembrar que  entre o diagnóstico e o tratamento deve ser respeitado um tempo mínimo de 60 dias e isso não é respeitado no Brasil. As vezes tem paciente com diagnóstico de câncer de mama que leva mais de 60 dias para fazer o tratamento cirúrgico ou complementar. Esse tempo é muito importante para a paciente, infelizmente a realidade da saúde no Brasil é complicada nesse aspecto.

Ainda no quesito mamógrafos, em particular à capital Teresina, um dos principais centros de saúde no Nordeste, Aylton Brandim observa que a capital piauiense foge à regra se comparada a outras cidades, na medida em que há vários mamógrafos, cada clínica particular possui aparelhos, deles de última geração, ressaltando que boa parte dessas clínicas estabelecem convênios com o SUS.

Por outra parte, na concepção de Dr Aylton Brandim, a rede pública de saúde deixa a desejar, talvez pelo fato de o Piauí ser muito grande, dessa maneira, do Meio Norte para cima, a assistência é muito boa, do Meio Norte para baixo, surgem cidades muito longínquas do centro, consequentemente desassistidas.

- Seria interessante fazer com que essa tecnologia entrasse para o Sul do Piauí para dá uma cobertura melhor. Em relação às mamografias houve um fator interessante; Valença que fica próxima daqui já faz exames, e isso ajudou muito a gente, já que o deslocamento desse pessoal é menor.

Por: José Loiola Neto.
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