Aldo Rebelo (d) promete analisar pedido da Anaf por recursos para formar árbitros |
Sob pressão após erros recentes de arbitragem no Brasileiro-2012, a Anaf (Associação Nacional dos Árbitros de Futebol) reivindica que o governo federal dê R$ 4 milhões para projetos de formação de juízes no Brasil. Uma parte sairia diretamente do caixa do Tesouro Nacional e outra por meio da Lei de Incentivo ao Esporte.
Os pleitos dos árbitros já foram oficializados no Ministério do Esporte, que considera legítimos os pedidos e promete analisá-los. A CBF (Confederação Brasileira de Futebol), que é responsável pela qualidade dos juízes, entende que a iniciativa é louvável.
Um dos projetos é para a viabilização de cursos de formação para árbitros à distância. Seu custo previsto é R$ 2,7 milhões, que, no plano da Anaf, deveriam ser bancado em convênio com o governo. Uma universidade de Santa Catarina ficaria responsável por centralizar os cursos.
O outro projeto é para aperfeiçoamento de juízes, com um custo de R$ 1,3 milhão. A intenção é que seja colocado em prática por meio da Lei de Incentivo ao Esporte.
“A lei diz que a entidade de classe [o sindicato] é responsável pela formação dos profissionais. Queremos criar a escola brasileira de arbitragem. Para isso, são necessários recursos”, explicou o presidente da Anaf, Marco Antônio Martins.
Os dois projetos foram anunciados durante o Congresso da Anaf, na última semana. Na reunião, estava presente o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, que recebeu a demanda dos juízes. Para ele, pode, sim, ser uma atribuição do Estado investir em juízes.
“Vou ver se o projeto se encaixa na lei de incentivo e analisar o outro. Tem interesse do governo em ajudar”, explicou o ministro. “Uma das atribuições do Estado é melhorar o nosso futebol. Se entendermos que é uma medida que pode melhorar o futebol, pode ser feito.”
Internacionalmente, a Fifa é quem investe nos juízes para as Copa do Mundo. Pelo menos é a entidade que faz cursos e treinamentos para os árbitros. A CBF também tem aperfeiçoamentos a juízes, mas não um curso amplo em todo território nacional.
O presidente da confederação, José Maria Marin, disse que tem investido na área de arbitragem. E defendeu que o governo também pode botar dinheiro em programas com esse fim.
“E louvável”, afirmou o dirigente. “Desde que assumimos, pusemos os dois auxiliares a mais atrás do gol. Temos tentado melhorar, mas o erro humano já existia antes e vai existir”, observou ele, que considera boa a arbitragem nacional.
Além desses cursos, está em discussão no Congresso há dez anos a profissionalização do árbitro de futebol, bandeira defendida pelo sindicato da categoria. Foi pedido o apoio do ministro Aldo Rebelo para o pleito. Ele também considerou o pedido legítimo, mas fez uma ressaltava.
"Apoio a regulamentação do árbitro. Mas há uma questão de uma cláusula, artigo, que conflita com código penal. Vou examinar as demandas", afirmou o ministro.
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