Chefe do setor de dependência química da Santa Casa do Rio, a psiquiatra Analice Gigliotti, é a favor do uso de tasers contra usuários de crack.
A distribuição desses dispositivos é uma das ações previstas no programa "Crack, é possível vencer", do Ministério da Justiça. A orientação para o uso de armas de choque, chamadas de taser, é da Senasp (Secretaria Nacional de Segurança Pública), ligada ao ministério.Até agora, 12 Estados estão no programa federal, totalizando R$ 62 milhões em recursos. O Rio recebeu mais recursos: R$ 9 milhões. O próximo a aderir deve ser São Paulo. Além de armas, o programa prevê treinamento de policiais e a compra de câmeras para monitorar cracolândias.p(star). *
Folha - Como vê a medida?
Analice Gigliotti - É uma questão policial. Se legalmente ele pode usar essa arma contra uma pessoa para tirá-la do meio de uma via, por exemplo, por colocar em risco a segurança de quem trafega, ele também pode usar contra um usuário de drogas.
E em casos de internação?
Sou contra. Essa abordagem deve ser feita com apoio de enfermeiros e médicos. O uso do choque iria contra essa abordagem.
Usar choque em alguém que usa drogas é seguro?
Dependendo da descarga, em um paciente que já apresenta uma sobrecarga no organismo, em uma crise hipertensiva, pode ser letal, e até levar a um ataque cardíaco.
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