ÊXODO: Pastoral do Migrante encontra casas fechadas em Elesbão Veloso

Irmã Darcila da Pastaoral do Migrante
Pelo menos 150 mil pessoas deixaram o Piauí nos últimos cinco anos em busca de melhores condições de vida, apontam dados da Pastoral do Migrante da Igreja Católica. As principais causas do êxodo são a seca e a falta de emprego no campo. A promessa de emprego fixo é, por sua vez, o que mais atrai os trabalhadores piauienses para outras regiões do país. A maioria desses trabalhadores é composta de jovens.

A irmã Darcila Antoniolli, da Pastoral do Migrante, explica que esse êxodo é motivado por vários fatores, principalmente a seca e falta de emprego. "Não condeno a migração. As pessoas têm o direito de ir e vir. Mas ela não deve acontecer de forma forçada: a seca, a falta de emprego, falta de cursos profissionalizantes ou devido ao fato de o jovem não ter como se manter em um curso. Nesse último caso, não adianta criar cursos paras os jovens,  com inscrições a preços acessíveis, se ele não tem como pagar o transporte ou comprar o material didático", disse.

Uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística - IBGE - afirma que, em cinco anos, aproximadamente 45 mil famílias deixaram o Piau. No entanto, eles não consideram os migrantes sazonais, ou temporários. "Os migrantes sazonais, geralmente, passam de um a dois anos fora do Estado nas plantações, obras do PAC, derrubadas de florestas. Em Assunção do Piauí, a cidade teve uma diminuição de mil habitantes de um total de oito mil", contou Darcila.

Darcila comentou que em visitas à região do Médio Parnaíba e à cidade de Elesbão Veloso, por exemplo, existem muitas casas fechadas, pois as pessoas abandonaram suas moradias para irem trabalhar em outro Estado porque não tinham condições de enfrentar a seca. "O presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Piauí - Fetag - afirmou em entrevista à TV que 200 mil piauienses foram embora por conta da seca que atinge o Piauí", disse.

Segundo Darcila, uma parte do perfil desses migrantes é formado por pais de famílias, entre 35 e 40 anos de idades, que vão em busca de juntar dinheiro para algum tratamento de saúde,  comprar uma casa ou ajudar os parentes. A outra metade é composta por jovens que vão em busca de empregos temporários.
Ela informa ainda que a região que mais recebe esses trabalhadores é a Norte do país. "Mas o foco continua sendo São Paulo. Uma observação é importante: hoje, as pessoas viajam para todos os lugares do Brasil. Onde tem uma construção grande do Governo Federal, elas estão lá", contou.

Diário do Povo

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