Na vinda a Elesbão Veloso, 'Gregório das Manilhas' hoje vivendo em Araguaína relembra acidente com raio: "Nasci de novo"

Em rápida visita a Elesbão Veloso durante o último mês de julho, o elesbonense JOSÉ GREGÓRIO DA SILVA, o popular "GREGÓRIO DAS MANILHAS", 45 anos, e vivendo com- a esposa, dona LUCIMAR BARBOSA- DIDI em Araguaína-TO a partir de 2010, esteve em minha residência no último dia 19 de julho e me presenteou com uma camiseta do Araguaína Futebol Regatas, o Tourão do Norte, tradicional time de futebol na cidade tocantinense. O casal tem dois filhos- Anderson e Andressa que vivem em Teresina.

Para quem não sabe, no dia 28 de abril de 2007, Gregório se envolveu em um incidente, no instante em que trabalhava na construção de uma moradia, em uma assentamento na região da Barragem Mesa de Pedra ele foi atingido por um raio.

A intensa descarga elétrica levou o pedreiro a ficar três meses, dois em coma, em hospital de Teresina. Em Araguaína, Gregório disse que não lhe tem faltado serviço, a adaptão à cidade foi rápida. Quanto a Elesbão, se tivesse que retornar o faria normalmente, porém a esposa dele que é professora e hoje trabalha em três escola em Araguaína já o convenceu que é preciso permanecer em terras tocantinense. Ele retornou para Araguaina no último dia 25 de julho.

Na entrevista ao Elesbão News/Painel Popular, Gregório fala em princípio quanto a sensação de estar retornando a Elesbão Veloso para curto período de férias:

- Retornar aqui é bom, era algo que já vinha planejando a alguns dias, mas devido ao trabalho adiei algumas vezes. Meus filhos já estão morando em Teresina, sendo que um estuda e outro trabalha, então resolvi vir pra cá.

Gregório das Manilhas fala ao Painel Popular

Gregório relembra o episódio do dia 28 de abril de 2007, quando foi violentamente atingido por um raio, enquanto trabalhava construindo moradias em um assentamento na Barragem Mesa de Pedra:

- Foi um milagre, realmente. Quem não acredita em Deus no meu caso, tem que acreditar porque o que aconteceu comigo abaixo de Deus, os doutor que me operou- o cirurgião. Fiquei praticamente dois meses em coma, respirando com ajuda de aparelhos na UTI, tem cenas gravadas, minha esposa não gosta que eu coloque na televisão para vê, mas eu gosto de vê até para dar mais valor a minha vida por tudo que eu passei. Minha vida mudou depois daquele acidente. Não tem um mal que não traga um bem. Naquele tempo, eu bebia, farreava, a partir daquele momento deixei de beber, já vai completar oito anos, e a minha vida mudou completamente, até em termo de Deus.

Ele deu detalhes de como foi atingido pelo raio:

- Eu lembro que eu estava dentro da casa, havia um preparo de chuva. Eu estava muito apressado para concluir a casa. Tinha o meu ajudante e um morador do povoado, que me aconselhou a parar o serviço porque eu estava com a colher de pedreiro e como é ferro poderia causar contato com raio e trovão. Eu não atendi, continuei trabalhando. Lembro que só escutei aquele estrondo e um clarão forte, foi um raio violento que caiu próximo dali, ele não me atingiu, atingiu o solo que passou a carga elétrica para a colher. A única coisa que eu lembro é que eu falei _ oh meu Deus eu vou cair!, depois disso não vi mais nada, quando acordei já estava com dois meses no HGV.

Sem fazer rodeios, Gregório não escondeu que o acidente provocado pelo raio lhe deixou sequelas:

- O doutor que me operou- Dr Abimael, ele me recomendou quando tive alta ele me recomendou a não andar de moto, não subir à altura, não ficar próximo a água(rios, riachos, lagos). Perguntei porque e ele me respondeu que eu ira ficar apresentando convulsões. Ficou sequela, a conhecida epilepsia, a partir daí achei que minha vida tinha acabado porque água é o que mais gosto e eu vejo casos de pessoas que apresentam o problema e morre afogado e andar de moto é um transporte que eu gosto demais. Deixar de fazer essas coisas me abalou muito, passei um ano na expectativa até que um dia apresentou (ataque epilético), ele vem do nada, quando chega é rápido, posso cair de repente. Depois disso me bateu um remorso, queria me isolar e não quer sair de casa. Tomo meu remédio controlado direto.

Gregório das Manilhas hoje reside em Araguaína-TO

 Durante a conversa, ele lembrou como começou a profissão de pedreiro e também falou sobre o rótulo 'Gregório das Manilhas':
 
- Vivi dias difíceis aqui em Elesbão. Eu gosto da minha cidade, tenho vontade de voltar a morar aqui, mas aqui é um lugar que muitas vezes as pessoas não dá valor ao outro. Lá em Araguaína a gente consegue as coisas pelo o que a gente é, aqui eu sei que não é o momento de falar em política, mas aqui tudo enquanto depende do prefeito, de um vereador. Quantas vezes eu estava trabalhando em um obra e por ser de um adversário que eu não não votava, simplesmente ele me tirava porque eu não era daquele lado político.

A ida para Araguaina em 2010 também foi comentada por Gregório das Manilhas durante a entrevista.

- Eu já conheço Araguaina desde 1976, o meu pai foi embora pra lá com a gente, quando eu ainda era criança, meus irmãos moram lá, todo ano eu ia pra lá e passava de um a dois meses trabalhando. Eu já conhecia a cidade. Morei lá de 1976 a 1988, lá foi a cidade da minha juventude, que eu cresci. Desde que cheguei lá estou trabalhando no ramo da construção civil, lá adquiri um terreno, fiz minha casa. Quando falo de voltar a morar aqui(em Elesbão Veloso), ela diz que de lá pra frente, pra cá não quer vim.