Meia da Seleção de Elesbão Veloso na década de 1970, 'Zé Badu' recorda os bons intermunicipais, declara amor ao Flamengo e faz críticas aos dirigentes do futebol: "falta vergonha"

Conhecido pelo jeito clássico de jogar futebol durante as décadas de de 1970 e 80 pela Seleção de Elesbão Veloso nos famosos intermunicipais promovidos pela Associação Profissional dos Cronistas Desportivos do Piauí-APCDEP, o hoje veteraníssimo Zé Badu, considerado um dos atletas pioneiros dentre aqueles que vinham da capital defender a nossa seleção voltou ao Nogueirão após mais de três décadas. Badu que participou do amistoso entre os Masters de Elesbão Veloso e o BEC, de Teresina, no dia 6/9 vencido por 3x2 pelo time local disse que era motivo de satisfação puder voltar a jogar no Nogueirão.

Meia esquerda de origem, Zé Badu que tinha a velocidade e bom passe como principais características, lembrou que nunca gostou de ficar parado dentro de campo. "Hoje mesmo apesar da idade, quando entro em campo não consigo ficar quieto, marcava e quando tinha a bola procurava ser ofensivo", falou Badu, que no amistoso vestiu a camisa do BEC. A seleção de Elesbão Veloso em que ele jogava, nomes como Puruca, Gonzaga do Arlindo, Tunda e Zé Filho também se destacavam.

O ex-jogador lembrou a respeito de Aguinaldo Portela, segundo ele um grande incentivador do esporte elesbonense à época. "Ele trouxe eu e o Raimundo Piauí, fomos campões em cima de Barro Duro em uma final disputada no Lindolfo Monteiro em Teresina, honrando a camisa de Elesbão Veloso", recordou.

Zé Badu destaca que os intermunipais daquela época tinha fama e as pessoas davam mais valor. Ele opina a razão da perda da tradição do torneio da APCDEP. "O povo ia mesmo ao estádio, o mesmo não se vê hoje, que só vem mesmo os fanáticos. O intercâmbio das cidades cresceu diante a capital, além disso, parte das pessoas, uns faleceram, outros viajaram para fora atrás de campo de trabalho visto que o poder público não dá suporte às pessoas, especialmente para os mais jovens ficarem em suas cidades de origem, isso enfraquece o esporte nas cidades, a não ser aquelas onde os prefeitos incentivam e colocam times em campeonatos, casos de Piripiri, Barras e Floriano, por exemplo", completou.

Para Zé Badu, o futebol piauiense deveria ser levador mais a sério, partindo do pressuposto de que a violência já invadiu com toda força os grandes centros como Teresina e se expande também interior afora.

"Isso é por conta principalmente de você não manter o jovem ocupado, o esporte é uma saída, visto que a cidade em que ele mora não tem campo de trabalho, o poder público precisa apoiar mais o esporte", propôs o ex-meia esquerda, que ao vir a Elesbão Veloso depois de muito tempo notou uma tamanha mudança no aspecto urbanístico da cidade.

Funcionário de carreira da Agespisa em Teresina, mesmo aposentado continua trabalhando, haja vista que começou a trabalhar muito jovem na empresa. Atualmente com 59 anos, Badu tem no futebol um 'quase vício'. "Assisto todos os jogos que passam pela TV, o futebol pra mim é grande paixão", disse.

Torcedor do Flamengo do Rio, Zé Badu deixa a paixão de lado e fala pela razão ao comentar os desmandos ocorridos no clube carioca, mas também cita outros clubes do futebol brasileiro, aonde a situação chega a ser preocupante. "O Flamengo se colocar para jogar no Nogueirão em Elesbão Veloso e sair vendendo ingressos vai lotar. Agora para onde vai esse dinheiro?. O que falta lá é vergonha, nos dirigentes de clubes e assim é na diretoria do Flamengo, do Vasco e demais clubes brasileiros. Justifica, um dos clubes mais ricos do Brasil está numa fase dessa aí", encerrou Zé Badu.
Zé Badu hoje com 59 anos: ele foi jogador da Seleção de Elebão Veloso nas décadas de 1970 e 80. 





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