PAPO COM IDOSOS: Zequinha Marchante está na ativa desde os 12 anos e narra os perrengues e dificuldades no setor de carnes: "A concorrência aumentou e responsabilidade das pessoas ficou pouca"

O Papo com Idosos do Painel Popular/Fm Eldorado, domingo passado, dia 15/2, foi com o senhor José Pereira da Silva, o "Zequinha Marchante", figura conhecida em Elesbão Veloso, um marchante, magarefe, açougueiro como quiserem, das antigas. Pois, segundo ele, tudo começou muito cedo, aos 12 anos de idade, na localidade Sambaíba, ao lado dos avós, por quem foi criado depois que perdera a mãe Joana Rosa da Conceição quando tinha apenas 9 meses de vida. O pai Manoel Pereira da Silva faleceu há 10 anos aqui em Elesbão Veloso, após ter residido também no Maranhão, em Valença do Piauí e São Félix. Seu Zequinha é um dos filhos do casal, além dele tem dona "De Santo" e José dos Anjos (in memória).

Casado por duas vezes, seu Zequinha hoje com 66 anos(10/12/1948) atualmente vive com a segunda esposa- dona Jovineta de apenas 40 anos com quem tem um filho. Ao todo, o marchante tem 9 filhos. Na Sambaíba, onde permanece com moradia fixa, o pecuarista conta que produz desde frutas, verduras, tem também leite e carnes que são comercializadas na cidade.

No tocante a saúde, anos atrás foi submetido uma cirurgia para correção da próstata, faz uso contínuo de remédios, além disso precisa tomar um tipo de vacina a cada 90 dias, também realiza sessões de quimioterapia em igual período na  capital e, de seis em seis meses faz teste de PSA. Apaixonado por carros conta Seu Zequinha que já possuiu uma C10, D10, Pampa, Brasília, um Corsa e atualmente possui um Fiat Idea.
Seu Zequinha hoje aos 66 anos. Atuação como marchante teve início aos 12.
Seu Zequinha lembrou na entrevista ao Papo com Idosos que houve uma época de 'vacas gordas' em Elesbão Veloso, tanto que chegou a vender no ágio, era aquele tempo em que haviam muitos bancários na cidade. Nos dias atuais, o marchante nota que tudo mudou. "A concorrência aumentou e a responsabilidade das pessoas ficou pouca, quase acabando, ninguém liga, não cumpre seus deveres, o cara compra, diz que vai pagar e esquece a conta, não paga e o prejuízo fica com o comerciante", falou.

A seca que assola o município tem encarecido os insumos agrícolas e produtos utilizados para o sustento do gado. Seu Zequinha classificou o setor de comércio de carne como bastante difícil e complicado, em razão principalmente da alta concorrência que existe atualmente. "O manejo do gado é caro, só para você ter uma ideia, o pacote de sal custa R$ 70, para fazer uma cerca, a diária do trabalhador é R$ 40 reais, a ração também está muito cara, tem muitas despesas", disse.

Seu Zequinha não atuou apenas no setor de carne. Por algum tempo ele já produziu e exportou carvão para a cidade de Codó-MA. Lembra ele que as cargas eram transportadas pelo senhor Madureira de Barro Duro. "Com o lucro da venda do carvão eu comprava um garrote", recordou. O marchante  lembrou também que entre 1968 e 1971, uma época de muitas dificuldades, ele e um ex-cunhado abatiam caprinos na Sambaíba e traziam os animais nas costas até Elesbão Veloso para venda no açougue público. No caso de porcos, os suínos eram comprados no interior mais precisamente na região da Berlenga, e trazidos na escuridão, em jumentos. "A gente viajava a noite toda, saia às 7h da noite da Berlenga, toda sexta e chegava às 5h da manhã do sábado no açougue", completou.
Seu Zequinha sobre comércio de carnes: "das A concorrência aumentou e responsabilidade pessoas ficou pouca"

No açougue de Elesbão Veloso, seu Zequinha possuiu um box durante 15 anos, depois se transferiu para um ponto no cruzamento da Avenida João XXIII com a Rua 1º de Outubro, aonde agora está com o seu frigorífico há exatos 32 anos. Ele lembra que apesar de tudo enquanto tiver disposição vai continuar. "Já perdi muita conta, delas que nem vou mais atrás, até porque quando isso acontece a gente escuta a devedor dizer que vai procurar os direitos dele, que vai mandar prender a gente e que vai à promotora nos processar por danos morais, mesmo assim, vou continuar, não vou desistir enquanto tiver força e disposição para trabalhar", encerrou Seu Zequinha Marchante.

Por: José Loiola Neto
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