JOSÉ LOIOLA NETO
No dia 20 de fevereiro desse ano, o professor de geografia Cícero Bezerra, 30 anos(19/10/1984) foi surpreendido por uma dor descomunal, forçando-o a ter que recorrer a ajuda médica, mais ainda- ser submetido a cirurgia por conta de uma compressão medular.Em outras palavras, o problema se originou na coluna fazendo com que Cícero perdesse os movimentos nas pernas. "No campo já sentia uma dorzinha, mas nada que tenha alterado, até porque brinquei no gol, não fiz nenhum esforço, quando cheguei em casa é que a dor se intensificou".
Com exclusividade, ao Painel Popular-FM Eldorado/Elesbão News, ele relembrou todo o roteiro cumprido naquele dia. Como de costume, deu plantão na secretaria de esporte como assessor, à tarde limpou o quintal da sua casa, no bairro Matadouro e jogou bola alguns minutos no campo de futebol da Sambaíba. "Quando eu voltei, cheguei em casa com uma certa dor muito incômoda".
Em franca recuperação, convicto no entanto que trata-se um processo lento e a longo prazo até retomar a rotina diária, Cìcero disse que não perde a esperança de voltar o quanto antes a sua vida cotidiana na sala de aula e nos campos de futebol. "Espero em Deus que eu tenha chance de voltar a andar logo".
Abaixo, os principais trechos da entrevista:
MOMENTOS VIVIDOS EM RAZÃO DO PROBLEMA E CHEGADA A TERESINA
- No dia 20 de fevereiro, eu fui pego de surpresa por uma dor forte nas minhas costas, desde que eu passei o dia fazendo minhas atividades normais que eu sempre fiz. Fui trabalhar pela manhã, à tarde fiquei em casa, fui jogar bola no campo da Sambaíba, quando eu voltei, cheguei em casa com uma certa dor muito incômoda, cheguei em casa, tomei banho, me dirigi ao Hospítal Estadual Norberto Moura-HENM, chegando lá a dor se intensificou, mas de imediato fui atendido pelo Dr Aylton, fui medicado e voltei para casa, quando cheguei em casa já cheguei praticamente sem os movimentos das pernas, o que me surpreendeu muito e a dor se intensificou ainda mais, foi quando eu disse para os meus irmãos Francisco José e Francisco das Chagas que estavam comigo para chamar o SAMU porque a dor era muito forte, de imediato eles vieram me encaminharam ao hospital novamente, de lá, o Dr Aylton, graças a Deus não quis me internar lá e me mandou diretamente para Teresina, até porque foi muito crucial essa decisão dele. Pois se ele tivesse me deixado aqui algum tempo a mais poderia ser que hoje eu não teria mais nenhuma chance de voltar a andar, graças a Deus abençoou dele fazer isso comigo. Me encaminharam. Por volta das 8h da noite saímos aqui de Elesbão Veloso, cheguei às 10h da noite em Teresina, no HUT. Lá, eu sofri um pouquinho porque pessoas na minha situação chegam centenas todos os dias e as vezes por não ter contingência de pessoas para atender, não quero acreditar por má vontade, mas eu sofri bastante lá, na noite da sexta para o sábado sofri muito mesmo.
TRAJETÓRIA NO DIA 20/2
- Acordei normal, fiz todas minhas atividades, fui trabalhar normalmente pela manhã- Secretaria de Esportes, vim para mina casa. O que eu fiz foi limpar o quintal, plantei alguns pezinhos de milho para comer na Semana Santa, depois fui jogar bola. No campo já sentia uma dorzinha, mas nada que tenha alterado, até porque brinquei no gol, não fiz nenhum esforço, quando cheguei em casa é que a dor se intensificou.
AGRADECIMENTOS INICIAIS E DIAGNÓSTICO
- Agradeço muito meu cunhado, meus irmãos que correram para tudo quanto é lado lá para me ajudar mesmo porque eu estava lá perecendo com muita dor. Uma dor que eu suportei... não vou dizer que é insuportável porque estou aqui contando para vocês, mas foi muito intensa. Lá, fiz uma bateria de exames, fui fazer tomografia, alguns médicos olharam e pensaram que era câncer ou tumor maligno, outros achavam que era hérnia de disco, mas não foi nada disso. O médico que me operou disse que foi uma compressão medular, ocasionada por uma queda ou esforço feito de mau jeito, só sei que fui pego totalmente de surpresa, pois estava normalzinho, fazendo todas as minhas atividades, como sempre fiz.
Cícero Bezerra em entrevista após jogo da Copa Cidade em 2014.; Foto: José Neto |
- O médico do HUT foi sincero comigo. Disse que não havia condições de eu fazer a cirurgia ali, pois o material disponível, mandados pelo Governo Federal, nem sempre é de boa qualidade. Ele disse: se você dispor de recurso procure fazer na rede particular, foi onde começou a nossa andança porque a gente não dispunha do total para arcar com a cirurgia, pois saúde é caro, mas meus cunhado, tio, minha mulher, irmãos, começaram a correria contra o tempo, pois quanto mais tempo passasse menor seria minha chance, mas graças a Deus conseguimos a transferência para o Hospital São Marcos. Lá, como tínhamos que pagar escolhemos o médico para realizar a cirurgia- Dr Alexandre Dias, um cara jovem, muito esforçado no ramo em que atua, ele é especialista em coluna vertebral. A cirurgia foi feita em tempo hábil, foi muito bem sucedida, ele retirou os coágulos que estavam na minha coluna e disse que agora era eu procurar fazer a minha fisioterapia para me reabilitar e me deus esperanças, disse que eu tenho totais condições de voltar a andar, não estabeleceu prazo, mas disse que depende de cada paciente, do organismo de cada pessoa, da fisioterapia da forma como é feita, graças a Deus hoje posso dizer que estou 100% em relação a como eu cheguei lá.
DORES, MUITAS DORES
- Até o momento da cirurgia eu te falo: se a gente dividisse com 100 amigos, acho que todos iam chorar junto comigo. Foi complicado, suportável porque estou contando a história aqui, mas é muito dolorido e uns 15 dias após a cirurgia senti muito incômodo porque foram colocado oito parafusos na minha coluna, ainda estava com um dreno e sondado, eram necessários de quatro a cinco pessoas para me locomover.
IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA
- Minha família graças a Deus a gente sempre tem se ajudado.Não é o primeiro caso na família, minha irmã ficou paraplégica, minha outra irmã a Maria Francisca teve todo aquele episódio entre 2001 e 2002 e passou por muitos problemas e a gente tem vencido.
Cícero Bezerra em entrevista na Fm Eldorado em 2014. Foto: José Neto |
- Muito grande. Mas nesse momento nossa família é unidade, a gente se une em torno da pessoa. Nós nunca tivemos pessimismo. Eu até agora não chorei, nem tô aqui me lamentando,eu bem, tô com minha família, bem tranquilo. Tenho recebido apoio de muita gente, até de pessoas que a gente não esperava, apoio emocional, pessoas que ligam e dizem que estão orando por mim, estão querendo a minha reabilitação e isso é importante, nesse momento toda ajuda é válida.
COMPORTAMENTO DIANTE A EVENTUALIDADE DE UM CÂNCER
- Na realidade já vim saber dessa conversa toda depois da cirurgia porque os familiares não quiseram me colocar nenhuma informação que me deixasse mais nervoso.
RECUPERAÇÃO PÓS-CIRURGIA
- Cheguei em casa na terça-feira pela manhã, três dias depois na casa da minha irmã e já à no mesmo dia à tarde iniciei as sessões de fisioterapia de domingo a domingo, só teve um domingo que a fisioterapeuta não foi, mas fiz todas as sessões, me encontro muito bem.
CUSTOS FINANCEIROS
- Para você ter uma ideia, só com a fisioterapeuta 40 sessões custaram R$ 4.400,00; todo dia R$ 110,00, existe uma demanda muito grande também, a questão do álcool, gazes, sondas que são caras, fraudas que eu preciso pelo menos no período de noite, pois ainda não controlo minhas necessidades fisiológicas e isso demanda um gasto muito grande.
TEMPO PARA VOLTAR A ANDAR
- Os médicos não estipularam prazo, nem certeza que vou voltar a andar. Eles disseram que eu tenho chance, disseram que após uma cirurgia dessa a coluna se expande um pouco, depois volta ao normal. Espero em Deus que eu tenha chance de voltar a andar logo.
A DISTÂNCIA DAS ATIVIDADES CORRIQUEIRAS
- É bastante complicado porque a minha vida é bastante ativa, muita ativa mesma, eu não parava em casa praticamente, mas graças a Deus estou tendo conforto junto com minha família, agora é aguentar mesmo e eu ter otimismo. É complicado, mas como costumo dizer- Deus só dá para quem aguenta, tem que ter força de vontade, fraco não tem vez numa situação dessa aqui.
NADA DE DESÂNIMO
- Até agora não, nem choro, nem pessimismo, eu faço é brincar, estou tranquilo demais, graças a Deus tenho uma família que tem me apoiado muito.
CONSIDERAÇÕES SOBRE BINGO BENEFICENTE E MAIS AGRADECIMENTOS
- Tenho muita gente a agradecer. Primeiramente a Deus, a minha família por estar me apoiando, agradecer a população elesbonense que abraçou a causa, foi um bingo bem sucedido, gostaria de agradecer a cada pessoa que comprou a cartela, pessoas que ganharam o carneiro e devolveram, que ganharam o boi e doou também; agradecer a cada um porque os custos tem sido muito alto, tanto que já me desfiz do meu carro, moto, dinheiro que tinha em poupança, muita gente me ajudou extra-bingo, essas pessoas não não dá nem para contar. Quero agradecer a todos de forma bem grandiosa.
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