CONVERSA EM FAMÍLIA: Seu Nozinho Dantas e dona Maria do Socorro falam de união de quase 61 anos.

Dona Maria do Socorro e Seu Nozinho Dantas: 61 anos de casados

O Quadro Conversa Em Família do Painel Popular/FM Eldorado entrevistou recentemente o casal Manoel Soares Dantas, o Nozinho e Maria do Socorro Barbosa Dantas. Prestes a completar 61 anos de casados(próximo dia 15/10) eles desfrutam de uma união sólida e longeva, na qual puderam constituir uma família de 11 filhos e estes já lhes deram 26 netos e 13 bisnetos.

Nascido na localidade Várzea, na residência dos avós Vicente Soares da Silva e Elvina da Costa Soares, na zona rural deste município a 19 de janeiro 1927, seu Nozinho, um dos 8 filhos do casal Adélia Soares da Silva e Luis Soares Dantas destaca que nasceu numa época difícil de se viver, dada a falta de muita coisa.

- Não tinha escola, não havia carro, não existia rádio e televisão, a gente andava a pé ou a cavalo. Era uma vida bastante difícil, mas eu achava boa.

Seu Nozinho, 88 anos fala ao Painel Popular.

Seu Nozinho se diz um lavrador nato, afirma que trabalhou no roçado durante muitos anos, também cuidou de gado. A vida aliás sempre foi por estas bandas, jamais viajou para outra localidade- São Paulo, Minas, Rio de Janeiro, que nada!, maior parte do tempo fora dedicado ao solo Boqueirão, sua propriedade rural, onde permanece até hoje e pretende ficar até os últimos dias de vida.

- Gosto muito de lá, ali é meu paraíso, tem tudo o que eu quero, eu me divirto muito, aquele trabalho para mim é uma saúde.

Ao comentar o atual cenário desanimador não somente em Elesbão Veloso, mas no Piauí e Nordeste, em razão da falta de chuvas, o aposentado lembrou que 'lá atrás', especialmente na década de 1950 houveram anos bem piores do que os dias de hoje.

- Não tinha pasto de jeito nenhum, o gado morria todo, era bem pior do que hoje, as águas secaram- 1951, 1955 e 1958 foram anos difíceis, a seca castigou bastante, essa época todinha foi de inverno ruim.

Porém, quando perguntado se preferia àquela época ou os dias atuais, Seu Nozinho foi enfático em dizer que a atualidade é disparadamente melhor, pois há um visível desenvolvimento sob todos os aspectos.

- Hoje é melhor e, muito, as coisas são bem mais fáceis. Se eu quero me tratar, tem tratamento, vou a Teresina. Se estou aqui em Elesbão e quero ir embora para o Boqueirão, freto um carro e vou embora, antes não era assim.

Seu Nozinho Dantas e dona Maria do Socorro falaram ao quadro Conversa em Família

Ao comentar a união com dona Socorro, diz que vai vivendo bem, graças a Deus. Lembrou que a conheceu à época do Povoado Papagaio(hoje Francinópolis), ele sempre ia ali para feiras ou festas, dai começou uma convivência que perdura até os dias atuais. Seu Nozinho conta que recentemente realizou sessões de fisioterapia para ficar em pé e continuar andando, reconhece que até hoje não deu trabalho nenhum a esposa.

- Ainda quero viver uns quatro ou cinco anos, o que Deus mandar é lucro. Sou e estou feliz. Tenho 11 filhos que pra mim é uma maravilha, são todas pessoas boas, nenhum me pôs em situação difícil, não precisou de Justiça para resolver a vida deles, são eles mesmos que resolvem.

Indagado quanto a possibilidade de vir a morar em Elesbão Veloso ou Teresina, seu Nozinho foi bem direto.

- Deus me livre de morar em Teresina. Não quero, aquilo é um sufoco, fazer lá o que?, Deus me livre!. Lá, só tratamento de saúde.

DONA MARIA SOCORRO LEMBRA DIFICULDADES PARA CRIAR FILHOS, MAS ESFORÇO VALEU A PENA.

Aos 80 anos de idade(30/05/1935), dona Maria do Socorro, uma das filhas do casal Mamedes Rodrigues Barbosa e Angélica Barbosa de Oliveira assegura que estar com a saúde em dia e admite que a união com Seu Nozinho foi a felicidade plena para os dois, pois um cuida do outro.

Os filhos para ela, são bênçãos. Os quase 61 anos de casados representa felicidade, amor e carinho pelo esposo. Mãe pela primeira vez aos 19 anos, apesar da grande prole de 11 filhos, dona Maria Socorro não titubeia e recorda com facilidade o nome de cada um.

Dona Maria do Socorro: 80 anos

- Regina Maria, Evaldo, Cruz Dantas, Socorro, Everardo, Gilza, Sandra, Marlon, Barbosa, Aguinaldo e Mardônio. Meus filhos são uma beleza, são 11 rosas do meu jardim.

Perguntada quanto a dificuldades para criar os 11 filhos, dona Socorro diz que foram tantas, pois tudo era difícil, morando na zona rural. Seu Nozinho, disse no entanto que a família, tanto a dele como a de dona Socorro ajudou e foi importante. A aposentada disse que valeu o esforço, pois todos são atenciosos, os que moram em Teresina estão sempre ligando, demonstram preocupação.  Reportagem: José Loiola Neto. MAIS FOTOS