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Professora Ceiça Nunes relembra dificuldades para lecionar na zona rural de Elesbão Veloso.

Dona Ceiça Nunes já lecionou na zona rural de Elesbão Veloso.
Dona Conceição Nunes foi durante muitos anos professora de ensino fundamental na zona rural de Elesbão Veloso, especialmente no começo dos anos 1990 e sabe muito bem o que é enfrentar perrengues para cumprir com altivez a árdua missão de educar.

Fora da sala de aula há mais de oito anos, devido a problemas de saúde, dona Ceiça é daquelas pessoas que podemos considerar perseverante, na medida em que muitas foram as vezes que precisou atravessar córregos de rio para chegar até a sala de aula na comunidade Repartimento.

- Eu tinha que correr todo dia cinco quilômetros até chegar à escola; era uma rotina que começava às 5h da manhã, antes de sair, tomava um chá e um comprimido para controlar a pressão, naquela época nem merenda tinha, era um sufoco, tudo muito difícil, disse dona Ceiça em entrevista ao Painel Popular.

A professora recordou os momentos de tamanha dificuldade para chegar ao colégio, sendo que a situação piorava durante o período chuvoso. As vezes, ela ia numa bicicleta e precisava carregá-la no ombro no momento da travessia na correnteza d´água.

- A água as vezes dava na cintura e eu tinha que me virar para passar. Mas quando estava muito cheio ficava ali até por volta das 4h da tarde, esperando o nível da água baixar. Chegava em casa tarde, ainda ia cozinhar- era almoço e janta; terminava de jantar ia planejar a aula do dia seguinte, lembrou.

Além do povoado Repartimento, a professora Ceiça Nunes, casado com o senhor "Luis da Taboquinha", mãe de sete filhos e avó de 9 netos, também trabalhou nas localidades Maratoã e Baixa da Ponte. Apesar das adversidades, ela disse que gostava do que fazia e sentiu bastante por ter que se afastar da sala de aula.

- Passei algum tempo depressiva porque não tinha nada para fazer. Depois disso passei a vender café, bolo e espetinho em festas, tudo para criar meus filhos

Moradora da Rua Coronel Antonio Teixeira na Piçarra, a professora Ceiça,que atualmente está com 53 anos é conhecida pela realização da tradicional seresta sempre no dia 30 de dezembro. O evento vem sendo promovido desde 2003. (Por: José Loiola Neto)

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