Para Osvaldo Paim, apesar da seca castigante, Elesbão Veloso é referência no setor da pecuária no Piauí.

 

O pecuarista Osvaldo Moura Nunes, o Paim observa que é preocupante a situação atual no setor da pecuária no município, e que nos últimos cinco anos o cenário tem se tornado desanimador para quem planta e cria. O período de estiagem prolongado só tem complicado criadores de animais, na medida em que a escassez de pastagem torna difícil a obtenção de sucesso para quem meramente vive da compra e venda de bovinos e caprinos, por exemplo.

- Os açudes na zona rural não estão com aquela mesma capacidade como em outros anos, o lençol freático está um pouco baixo, até os olhos d´água estão desaparecendo e cada vez mais o produtor rural para se manter no setor precisar ter um pouco mais de investimento.

Por conta desse alto investimento, Osvaldo Paim observa que muitos tem optado por vender os animais ao invés de investir em algo que pode ser incerto. A maioria dos produtores no município tem procurado diminuir o rebanho, não apenas bovino mas caprinos, ovinos e até suínos, por conta de um dos insumos para criação, o milho atingiu um alto preço no mercado e hoje é vendido a R$ 80,00 em Elesbão.

O município é exportador de gado para cidades próximas como Francinópolis, Várzea Grande, Barro Duro e até mesmo Teresina. Osvaldo Paim destaca que o setor da pecuária local é forte e poderia ser mais pujante.

- Se Elesbão Veloso tivesse pelo menos quatro meses de chuvas e estas fossem regulares seria uma das cidades mais ricas da região.

A crise financeira que ora tem afetado a vida do brasileiro também tem refletido no setor da pecuária, conforme Paim, pois por conta dela, não tem havido investimentos.

- Quem pagava 100 ou 200 diárias para fazer limpeza de pastagem hoje tem tem feito isso, dessa maneira, todos ficam parados, não havendo investimento, além disso, a estiagem inviabiliza tudo por o produtor não vai fazer gastos.

Proprietário de um frigorífico na cidade- o Frigo Baixão e dono de áreas rurais no Baixão e Careta, Osvaldo Paim comenta como 'dribla' o período mais difícil do ano, por conta da seca.

- Dentro de uma realidade financeira eu tento manter o que adquirir no inverno, o capim, então faço replantio para silagem porque todos sabem que a partir de julho os animais vão precisar. Além do pasto de pisoteio é preciso ter uma capacidade de armazenamento e forragem, porque se você não fizer você não vai ter como cuidar dos animais.

Por José Loiola Neto