Professora Odeni Silva informa que Sinte-PI não aceitará pagamento do piso salarial parcelado, como quer governo. Veja

Por: José Loiola Neto

Em entrevista ao Programa Revista Sindical na Rádio Pioneira de Teresina, semana passada, respondendo a perguntas dos apresentadores Marco Aurélio e Glaydjane Moura, a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação- SINTE-PI, professora Odeni de Jesus Silva deu importantes informes que interessam os trabalhadores em educação do estado do Piauí.

Após participar do 33º Congresso Nacional dos Trabalhadores em Educação em Brasília, onde foi escolhida para integrar a diretoria executiva da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação- CNTE, Odeni explorou durante a entrevista a respeito novo valor do piso salarial dos professores.
Professora Odeni Silva, presidente do SINTE-PI. Foto: José Loiola Neto
A presidente do Sinte-PI considerou importante e proveitosa a participação de membros do Sinte-PI no 33º Congresso da CNTE, já que um dos objetivos foi fazer uma análise dos últimos acontecimentos no Brasil e no mundo, ao mesmo tempo traçar rumos para às políticas que ora são apresentadas pelo governo federal. Segundo ela, 2017 será um ano cheio de desafios.

- No evento, não podia faltar a discussão em torno do novo piso salarial dos professores, que terá de ser reajustado ainda nesse mês de janeiro; às vésperas do nosso Congresso, o MEC assinou portaria que estabelece reajuste de 7,64%. O Congresso foi de intenso debate de toda a conjuntura, já que não está fácil para ninguém; é objetivo também do congresso eleger a nova diretoria da CNTE.

Odeni disse que esse novo ano será crucial, na medida em que tem havido constantes alterações no País, na própria Constituição, as reformas propostas pelo governo, incluindo a da Previdência e trabalhista serão desafios para os trabalhadores.

- O foco principal do debate para este ano será contra o retrocesso que o país vive, em relação à nossa democracia e as reformas que estão sendo implementadas. Vemos com muita preocupação a reforma da Previdência; a Educação sofre muito com essas reformas, os trabalhadores em educação sofrem com essas discussões que tem havido no Congresso Nacional, e não apenas nós que fazemos parte da Educação, mas toda a sociedade.
Professora Odeni Silva falou ao Revista Sindical, na Pioneira

Professora Odeni informou que durante o 33º Congresso da CNTE ficou definido um indicativo de greve dos trabalhadores em educação a nível nacional para 15 de março, sendo que o foco principal é uma postura contrária à reforma da Previdência, já que a análise a ser feita é que a reforma proposta pelo governo é um grande retrocesso e afronta aos direitos trabalhistas, além disso, as mulheres serão as mais atingidas e os jovens serão muito prejudicados.

- Porque além de aumentar a idade e igualar 65 anos para homens e mulheres, a reforma acaba com a aposentadoria integral, já que se propõe além da idade limite de 65 anos, contribuição por 40 anos, isso é um absurdo e da forma que está sendo lançada não podemos aceitar, temos que ir à luta.

Na entrevista, Odenir Silva classificou o atual governo como autoritário e chamou Michel Temer de golpista, porque retirou a presidente Dilma Rousseff e agora quer retirar direitos conquistados pelos trabalhadores. A presidente disse que o Sinte-PI vai exigir que os municípios e o Estado pague o piso dos professores dando o mesmo percentual para os funcionários das escolas.

- Vai ser uma luta dura, porém necessária, e precisamos de muita imunidade para vencer todos esses desafios postos para nós nesse ano de 2017.
Professora Odeni Silva apresentou pauta de reivindicações à Seduc-PI
A nível estadual, vale ressaltar que janeiro é a data-base para o reajuste do piso salarial do magistério e funcionários administrativos. Em reunião recente com representantes da Seduc-PI, o Sinte-PI apresentou uma lista de reivindicações.

- Vamos exigir do Governo do Estado, a convocação dos concursados, a implementação do percentual de 7,64%, que é pouco, mas queremos em uma única parcela, de forma linear para ativos e aposentados. Devo dizer que o governo já começa errado, acho que é preciso ter diálogo entre governo e entidades; o governo nem sentou ainda com o Sinte-PI e já está dizendo que o pagamento é parcelado, dai começa o acirramento entre governo e sindicato porque não vamos aceitar o parcelamento desse percentual.

Odeni disse que a proposta do governo não agrada a categoria, por isso, diante de tudo que vem acontecendo vai convocar assembleia geral para discutir um indicativo de greve nacional e estadual.

- É claro que a greve nacional tem sua pauta, que é a reforma da previdência e cada estado tem suas peculiaridades, e nossa pauta específica diz respeito a questão do concurso público, queremos que o governo inicie o período letivo chamando os concursados.

A presidente do Sinte-PI também tratou com relação a escola de tempo integral, defendida pelo governo do Piauí, que tem expandido a modalidade de maneira acelerada, motivo de insatisfação para o Sinte-PI. Odeni deixou claro não ser contra a escola de tempo integral, apenas não concorda com a maneira como o processo vem sendo conduzido.

- Escola de tempo integral requer a melhoria da estrutura das escolas, já que muda a vida do estudante e dos professores, precisa de uma equipe preparada. O aluno tem de tomar banho e almoçar na escola; o mesmo acontece com os funcionários que precisam ter um espaço para descanso.
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