DE OLHO NA LÍNGUA- PROFESSOR ANTONIO DA COSTA, DE SOBRAL-CE- Material de domingo, 21/05/2017

Ela sempre teve as “sombrancelhas” muito bem desenhadas
A correta grafia do referido vocábulo é sobrancelhas (do Latim, supercilium). Diga se: Ela sempre teve as sobrancelhas muito bem desenhadas.

Durante a semana, eu levanto mais cedo do que aos domingos
Empregado no sentido de “deixar o leito”, o verbo levantar deve obrigatoriamente ser empregado pronominalmente. Portanto, a frase escorreita é: Durante a semana, eu me levanto mais cedo do que aos domingos.

Já são uma e trinta e cinco minutos, meus amigos
Diga-se: Já é uma e trinta e cinco minutos, meus amigos. Não se recordam que o verbo ser, referindo-se as horas, concorda com elas. Podemos construir a frase de outra maneira: Já são treze horas e trinta e cinco minutos, meus amigos.

A filha dele parece demais com a minha prima
O verbo parecer, quando empregado na acepção de “ser semelhante” deve ser usado pronominalmente. Portanto, a frase deve ser construída: A filha dele se parece com a minha prima.

Já não se fazem mais automóveis duráveis como os de antigamente
O emprego simultâneo de “já” e “mais” é um pleonasmo de péssimo gosto. Decida: “Já não se fazem automóveis duráveis...” ou “Não se fazem mais automóveis duráveis como os de antigamente”.

Sempre tive muita dó daquelas crianças do orfanato
A palavra “do” pertence ao gênero masculino. Diga-se: Sempre tive muito dó daquelas crianças do orfanato; O dó que tenho dela é imenso.

Além de não fazer nada, ele também fica atrapalhando os que querem fazer
O emprego de “também” com um “além” inicial é pleonasmo vicioso. Portanto, diga: Além de não fazer nada, ele fica atrapalhando os que querem fazer.

“Face ao problema, o diretor adiou a reunião” ou “Em face do problema, o diretor adiou a reunião”?
A segunda: Em face do problema, o diretor adiou a reunião.

“Ela quer vê-lo a todo custo” ou “Ela quer vê-lo a todo o custo”?
A primeira: Ela quer vê-lo a todo o custo.

Gostaria que todos comparecessem à festa
A não ser quando empregado na acepção de provar, experimentar, construção não muito usada, o verbo gostar é transitivo indireto, exigindo, no caso, a preposição “de”. Diga-se, então: Gostaria de que todos comparecessem à festa.

“Ter de” ou “ter que”
Prefira “ter de”. “Ter que”, embora aceita por muitos especialistas, ainda encontra restrições: Tinha de sair cedo; Tinha de dizer alguma coisa. A expressão “ter que” denota necessidade, obrigatoriedade: Tenho de conquistar o poder. Como quem diz: Custe o que custar conquistarei o poder. A expressão “ter que” dá menos energia à frase. Significa, apenas, que existe algo para ser feito.
Onde / em que
Onde se refere apenas a lugar: A cidade onde nasceu. Nos demais casos, use “em que”: Um requerimento em que pediu aposentadoria.

(*) Professor Antônio da Costa é graduado em Letras Plenas, com Especialização em Língua Portuguesa e Literatura, na Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA). É, também, servidor do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) de Sobral. Contatos: (088) 9762-2542.
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