MÚLTIPLO E FELIZ: Garimpeiro, vaqueiro, roceiro, vigilante, segurança, padeiro... Confira um pouco da história de Gonçalo Oliveira, um elesbonense valoroso que vive em São Paulo.

 
Gonçalo e a esposa, dona Maria do Socorro: casados desde 1983

Por José Loiola Neto/Destaques de Elesbão 

Um crédito e destaques merecido ao elesbonense Gonçalo Oliveira, sujeito esforçado, pai de família, casado com uma conterrânea, é pai, avô, está com 55 anos(16.11.1962) bem vividos, grande parte deles dedicados ao trabalho.

Nascido em Elesbão Veloso no seio de uma família humilde, Gonçalo é um dos filhos do casal Benedito Martins de Oliveira e Alzira Soares da Silva(ambos falecidos). Numa época de extrema dificuldades, o pai lutou bastante para criar os filhos.

Gonçalo não foi criado pelos pais, por um motivo muito peculiar, naquele tempo, geralmente, os pais quando davam um casal para serem padrinhos de um filho, o padrinho tinha liberdade de criar o afilhado, dessa maneira, ele foi morar com os padrinhos Raimundo Ana e dona Joana(ambos falecidos.

- Na época eles moravam na localidade Várzea Primeira, hoje lá chamam Fazenda Santa Inez do finado "Chico Corcunda", atualmente quem cuida lá é o Netinho do "Chico Corcunda". Cheguei na casa deles com idade entre um ano e meio e dois anos, fiquei com eles até os 14 anos no interior numa vida boa, pacata, saudades de tudo, que infelizmente não volta mais.

Gonçalo Oliveira em passatempo: ouvindo música
A família retornou a Elesbão Veloso e Gonçalo com 14 anos lembra bem que o seu pai/padrinho Raimundo Ana por ser uma grande agricultor à época pleiteou a presidência do Sindicato Rural juntamente com o finado Cajaíba.

- Nessa época eu já estava terminando o primário. Minha professora no interior foi a Dona Santíssima(falecida em novembro do ano passado) a quem devo muito, tudo que sou, se sei falar e escrever um pouco aprendi com ela.

Gonçalo recorda que trabalhou no Cabana Club até os 17 anos na época em o senhor Belarmino, o Belo cuidava do local, isso entre o final da década de 1970, começo dos anos 1980.

- Fui primeiramente para Regeneração, onde trabalhei de vaqueiro por três anos, numa fazenda na localidade Jacaré, segui depois para Açailândia, morar na casa de uns tios meus. De lá resolvi dá uma volta no mundo e fui para o garimpo da Serra Pelada em 1981. Fiquei lá por dois anos, retornei a Elesbão e fui para casa do meu pai, não voltei para casa do Raimundo Ana.
Gonçalo nasceu em Elesbão Veloso, mas já esteve até no Garimpo de Serra Pelada

Gonçalo em foto recente na praia do Guarujá
Em dezembro de 1983 casou-se com a dona Maria do Socorro Batista Oliveira em dezembro de 1983, o casal tem dois filhos-- Charles e Thiago, e cinco netos.

- Agradeço muito a Deus por ter colocado ela na minha vida.

Depois do casamento, Gonçalo e esposa foram morar em Juazeiro da Bahia, onde trabalhou como cortador de cana de açucar por três anos. Depois, aconteceu a primeira ida para São Paulo, onde em princípio trabalhou numa gráfica. Sua primeira profissão foi como operador de máquina de dobra. .  Em São Paulo morou ainda no interior, em Orlândia, novamente trabalhou como cortador de cana por cinco anos seguidos.

Devido o adoecimento do seu pai biológico retornou ao Piauí com a família. Conta Gonçalo que em virtude do muito tempo que ficou fora, principalmente em São Paulo, ao chegar em Elesbão Veloso novamente já nem era mais tão conhecido.

- Reconheço que fui um andarilho pelo mundo.
Os pães produzidos por Gonçalo: quase 280 unidades toda noite
Já em terras piauienses, no durante os anos 1990 morou em Teresina. Lá, conheceu o senhor Ditoso  Leal para quem trabalhou, inicialmente em sua usina de arroz, depois como segurança no prédio da família.

- Nas minhas folgas trabalhava de segurança no Clube dos 100 no Parque Piauí, durante as festas, fiz isso por dois anos.

Um novo retorno a Elesbão Veloso no final dos anos 1990, começo do ano 2000. Agora, Gonçalo trabalharia no abatedouro público da cidade como vigilante e abatendo animais. Esse trabalho ele executou por dez anos, na primeira gestão do prefeito Ronaldo Barbosa.

- Trabalhei também na salgadeira do Seu Almir Lopes que fica perto do matadouro, era uma maneira de aumentar a renda familiar.

Em nova ida a São Paulo, onde se encontra desde 2008 teve oportunidade de trabalhar de trabalhar para uma empresa que fabrica extintores de incêndio. Após a saída dessa firma, Gonçalo migrou para uma padaria, onde está há quase oito anos.

- Vou levando a vida. Comecei como ajudante, mas rapidamente me interessei pela profissão de padeiro, aprendi a fazer pães, bolos e salgados.

Na padaria, Gonçalo trabalha duro quase que diariamente, sempre à noite, num plantão um tanto "puxado", conta ele que chega a assar 280 mil pães todas as noites.

O padeiro finaliza dizendo que pretende se aposentar e futuramente pensa em voltar para Elesbão Veloso, onde possui uma casa localizada no bairro Matadouro. Brincalhão e extrovertido, adepto das redes sociais, às voltas Gonçalo faz uma postagem no Facebook ou se comunica com familiares e conterrâneos pelo WhatsApp. Sorridente e avesso a tristeza, ele conta que sua vida não foi sempre um mar de rosas.

- Já sofri. Já passei uma época que só Deus para socorrer. Mas apesar das dificuldades, amo o que faço, amo como eu sou, amo o que tenho, amo a minha família. O meu forte é fazer amigos. A minha felicidade é ver alguém feliz. O meu sorriso depende do sorriso de alguém, por isso sou feliz.

EM TEMPO

Tenho a satisfação de fazer parte do seleto grupo de amigos do sempre alegre e extrovertido Gonçalo, que está prometendo visitar a sua Elesbão ainda este ano. Seja bem vindo, amigo!
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