DE OLHO NA LÍNGUA- Dicas de português do Professo Antonio da Costa de Sobral-CE- Material de domingo, 04/02/2018



Ultrassom (É assim que se escreve agora?)

É assim que se escreve agora essa palavra porque o prefixo “ultra-” só exige hífen antes de palavra iniciada por “h” ou por “a”: ultra-hilariante, ultra-amargo. Portanto, escrevemos sem hífen ultrarradical, ultrassensível,  etc.


Amoral é diferente de imoral

Os prefixos “a” e “in” a principio são sinônimos, indicam “negação, ausência”: infeliz, incapaz, inútil, anormal, acéfalo (sem cabeça), anarquia (sem governo). Para designar a “ausência da idéia, de tempo, o que não é temporal, o eterno”, temos dois sinônimos: atemporal e intemporal. Nesse caso, os dois adjetivos têm mesmo sentido.


No caso de amoral e imoral, há diferença. O prefixo “a” de amoral indica a “ausência, supressão”. Amoral quer dizer “indiferente à moral”: A ciência é amoral. O prefixo “in” de imoral, indica “negação, oposição”. Imoral é o que vai “contra a moral”: A luxúria é amoral.


Tudo bom? Tudo bem? (Qual a diferença?)
“Tudo bom?” é pergunta de quem está interessado em saber das condições de saúde da pessoa a quem se dirige.

“Tudo bem?” é pergunta própria de quem é curioso, já que pressupõe o desejo de saber como está a pessoa não só do ponto de vista da saúde, mas também do ponto de vista psicológico, profissional, familiar, etc.


Tudo o mais (Dispensa o artigo?)
Assim como “todo o mundo”, é expressão que não dispensa o artigo: Do prédio da ONU em Bagdá só restou um setor intacto, “tudo o mais” foi para os ares, com o ato terrorista; É uma lavadora para lavar roupa suja e “tudo o mais”.


Tupi-guarani (Qual a novidade?)
Tupi-guarani não é uma língua, mas uma família linguística, cujo tronco é o tupi (com “i” mesmo), idioma indígena que mais contribuiu para o léxico português. Há quem diga que Mogi é palavra de origem “tupi-guarani”. É o mesmo que dizer, grosso modo, que apagão é palavra de origem luso-castelhano. Guarani (com “i” mesmo)

Turma (Como fica o verbo?)
O verbo fica no singular: A turma não gostou do filme; A turma já chegou? A turma ficou falando mal de vocês.

Usufruir (Como se usa?)
Por influência do sinônimo “gozar”, transitivo direto ou indireto, esse verbo passou a ser usado na língua contemporânea também como transitivo indireto: Ele ainda não usufruiu o (ou, do) dinheiro que ganhou na loteria. Convém, todavia, dar preferência à transitividade direta.


Valorar e valorizar (Qual a diferença?)
Valorar é emitir juízo de valor sobre, avaliar, aprecisar: Não devemos valorar o que desconhecemos.

Valorizar é “dar o devido valor a” ou “aumentar o valor de”: É preciso valorizar o professor, para que todos possamos ler jornais e revistas sem perder o bom humor; Melhoramentos como asfalto e luz elétrica só valorizam um terreno.


Há muita gente por aí que, na ânsia de advogar a causa (muito justa, aliás) dos professores, diz: Precisamos “valorar” o professor.

(*) Graduado em Letras Plenas, com Especialização em Língua Portuguesa e Literatura, na Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA). É, também, funcionário do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) de Sobral (CE). Contatos:  (088) 99762-2542.
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