ENTREVISTA- Dr Hyezio Moura "abre o jogo" e nega que situação do HENM seja preocupante, explica redução de partos e assegura que não se sente desgastado por críticas: "Nenhum local é 100% perfeito"

 
Hyezio Moura falou com exclusividade ao Painel Popular

Por José Loiola Neto/Destaques de Elesbão Veloso

Ao término da audiência que teve com vereadores sábado passado, dia 10/2/2018, a qual entre outras coisas serviu para discutir em torno da atual situação do Hospital Estadual Norberto Moura, o diretor daquela unidade de saúde, o fisioterapeuta Hyezio Moura falou com exclusividade a reportagem do Painel Popular e discorreu a respeito dos mais diferentes assuntos relacionados ao hospital.

Inicialmente Hyezio faz uma análise do encontro que teve com os parlamentares:

- Faço um balanço positivo. Eu mostrei a realidade com relação ao hospital. A questão da estocagem tanto com relação a medicamento como de gêneros alimentícios entre outros, mostrando que estavam em condições normais, estoques completos. Mostramos que não há falta de abastecimento em nenhum setor. Médico a gente conclui que tem todos os dias, de segunda a segunda, enfermeiros-plantonistas 24 horas, disponibilizando sala de repouso, fizemos toda estruturação para receber esses profissionais para que eles possam desempenhar o melhor papel deles.

No início da audiência, Hyezio deixou claro nas entrelinhas que algo que do foi levantado pelo vereador Tácio Lopes na Câmara não é condizente com a realidade, tanto que ambos divergiram sobre a realidade atual do HENM.

-  O que me deixa insatisfeito é a questão de boatos, as meias verdades, qualquer pessoa que trabalha dentro de um órgão não vai aceitar e não acha bom. O Tácio mora aqui próximo, dentre outros vereadores também, o deslocamento até aqui é pequeno para chegar até o hospital, Então, já que são fiscais do povo podem estar aqui todos os dias vendo nosso desempenho, o serviço sendo executado em sua amplitude. Acho que ouvir um boato na rua e trazer para uma tribuna é de uma responsabilidade absurda.

O diretor negou que a situação atual do HENM chegue a ser preocupante.

- Não. Eu encontrei o hospital numa situação em que estava apenas quatro dias com médicos, hoje a gente já fechou escala. Estávamos aqui numa situação em que enfermeiros-plantonistas somente de 12 horas, sendo que a determinação do COREN-PI é antiga e exige que seja fechada em 48 horas, a gente chegou e implantou essas enfermeiras em 24 horas, disponibilizamos uma sala que praticamente era mista, lá acontecia ultrassom. eletrocardiograma e era a gerência de enfermagem, colocamos esses equipamentos em cada setor numa sala individual e disponibilizamos repouso dos enfermeiros para que eles tenham condições de estar cumprindo essa carga horária de 24 horas, pois precisa ter o repouso.
Dr Hyezio Moura discorreu sobre temas inerentes ao HENM
Hyezio Moura fala quanto a perspectiva de uma possível reforma ao hospital, explicando que o processo licitatório para obra está adiantado.
 

- Em reunião que tivemos tanto eu como o Luciano junto com o Florentino a gente ficou a par que a licitação se concluiria agora por todo o mês de fevereiro, logo após viria a fase de execução.

O diretor comentou sobre a saúde financeira da unidade hospitalar e não se esquivou de comentar acerca do atraso salarial dos funcionários.

- Na verdade, o sistema fecha para contabilidade em 15 de dezembro, então, a partir dai é feita a programação orçamentária, que é votada na Assembleia(Legislativa) pelos deputados e de acordo com o tipo do hospital é dividido e equalizado o valor orçamentário, e isso só se finda em 15 de fevereiro. No dia 8 de fevereiro recebemos uma mensagem de e-mail da SESAPI dando conta que o "SEAFI" estava aberto, que já poderia começar a fase de empenhos, já começamos a fazer os empenhos, inclusive vamos passar o carnaval empenhando os valores para estar equalizando até o final do mês.

No que diz respeito a ambulância do hospital, recebida nos primeiros meses do ano passado e que nos primeiros dias de uso se envolveu em um acidente e ficou danificada, o diretor descartou a possibilidade do HENM receber uma nova ambulância a curto prazo.

- Na verdade o que me passaram  depois desse sinistro que houve em abril de 2017 é que haveria uma primeira entrega agora, mas como a gente já não era parte da fila, fomos para o fundo da fila por ter perdido essa ambulância num acidente seriam agraciados primeiramente alguns hospitais e órgãos com essas ambulâncias depois dessa fase de empenho e de entrega dessas primeiras 20 é que eles poderiam sentar com a gente. Mas em princípio não há previsão.

Sobre o pequeno número de partos realizados no HENM nos últimos meses, Hyezio Moura ponderou o fato, explicando que a equipe médica, em especial o médico, é que tem a posição final se vai ou não haver parto normal.

- No caso aqui, para ter um parto cesário precisaria de um medico tanto obstetra como um médico anestesiologista, precisaríamos ter os dois dentro de uma sala de parto bem como uma enfermeira obstetra e uma equipe técnica, é assim que se procede. Aqui, nunca ocorreu dessa forma, a gente vai fazendo os arranjos, aqui já aconteciam assim, as cesárias, faziam numa situação totalmente irregular, então para eu estar a par e trabalhando totalmente na legalidade eu teria que ter esses profissionais. A gente hoje mune o hospital de médicos que estão habilitados a fazer esse procedimento, porém o que eles fazem em relação a partos normais é a avaliação final deles.

Indagado a respeito de uma possível mudança da realidade atual com vistas Elesbão Veloso através do seu hospital voltar a realizar partos como antigamente, o diretor Hyezio Moura disse que se faz necessário aumentar o corpo clínico.

- Precisa-se que aumente o corpo de pessoal, incluindo um médico obstetra, um anestesiologista, uma enfermeira obstetra, os técnicos em si para a gente poder executar e realizar um serviço a contento.

As saídas do Dr Edmilson Dantas e Dr Ailton Brandim do hospital foram questionadas  pela população. O diretor explicou as duas situações, deixando claro que os afastamento dos profissionais não foi por decisão do hospital.

- Na verdade, o Dr Ailton se afastou assim que eu assumi aqui em abri de 2015, ele me informou que havia passado em um concurso da Maternidade Dona Evangelina Rosa. Numa reunião que tivemos ele disse que faria um aviso prévio de que no dia 1º de maio assumiria o trabalho na Evangelina Rosa, a partir dai fomos buscar um novo médico e na ocasião foi até o Dr Aquilino que assumiu os plantões dele. Em relação ao Dr Edmilson em novembro do mesmo ano se afastou por problemas de saúde, iria fazer uma cirurgia, sendo que no passar dos anos cheguei a sentar uma vez com ele, lá no PSF para conversar com ele sobre um retorno, mas ele falou que até aquele momento não estava se sentindo bem por completo para voltar a dá os plantões porque era muitos desgastante para ele.

Mesmo diante da pressão e críticas que tem recebido nos últimos meses, dada a certa falta de estrutura do HENM e entraves como o atraso salarial de servidores o diretor disse que encara com naturalidade as situações que se apresentam.

- Desafios sempre tem. Nenhum local é 100% perfeito, sempre haverão dificuldades, sejam elas no ambiente privado ou público e a gente tem que vencer as dificuldades tentando buscar alternativas e é que a gente vem tentando fazer junto ao governo do Estado juntamente com a nossa liderança política que é o Luciano Paes Landim.

Ao fazer suas considerações finais, o diretor deixou a polêmica no ar, mesmo dizendo não ter ficado chateado com o que foi colocado na Câmara pelo vereador Tácio Lopes, a respeito do HENM.

- Eu quero agradecer o espaço que a Eldorado FM está dando para que a gente possa explicar mais ou menos a situação global que está o hospital e querendo ou não tirar algumas arestas que foram colocadas e o hospital aqui está aberto para toda população. Não fiquei chateado por nada, o hospital está aberto para visitação dos vereadores e qualquer outra autoridade que venha aqui querendo olhar, visitar, isso aqui é do povo, fica o espaço aberto pra vocês, para qualquer um olhar e vê nossa situação, como vocês viram é uma realidade bem longe do que foi colocado na tribuna(da Câmara).
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