Mãe aos 15 anos, dona Fátima Araújo, moradora de Elesbão Veloso diz que marido desapareceu quando ela esperava 3ª filha: "vivi uma situação desconfortável"

Dona Maria de Fátima Araújo está com 58 anos

Por José Loiola Neto/Destaques de Elesbão Veloso

Maria de Fátima Araújo, moradora da Rua Rui Barbosa, no Matadouro, nesta cidade contou um pouco da sua vida em reportagem recente veiculada pelo programa Painel Popular/FM Eldorado.

Nascida em Elesbão Veloso, é um dos filhos de dona Celestina Maria da Conceição, a Celé e Petronilo Sebastião de Sousa, este faleceu quando ela tinha apenas 9 anos de idade. Do alto dos seus 58 anos atuais, dona Fátima foi mãe pela primeira vez aos 15 anos, são três filhas, fruto do casamento com o senhor Antonio Francisco de Araújo, que em 1983, quando ela esperava o terceiro bebê disse que iria viajar em busca de um emprego, sendo que até hoje não retornou ou sequer deu notícias.

- Fui mãe muito jovem. O marido saiu daqui dizendo que iria trabalhar e até hoje não voltou, nunca mais deu notícias, até hoje estou batalhando, minhas filhas me ajudaram até que cheguei a me aposentar.

Dona Fátima recorda que o argumento do marido antes de partir foi de que precisava trabalhar e que iria dá um tempo fora. Na verdade, já era costume Antonio viajar e trabalhar em outro estado, por várias vezes ele saiu e voltou, mas da última vez, quando dona Fátima estava gestante á espera da terceira filho, o marido parece ter feito uma viagem só de ida.

- Desde que fiquei grávida a espera da minha filha mais nova, a Celeste ele não voltou mais. Ele saiu dizendo que iria para Juazeiro da Bahia. Eu tive muito trabalho para criar minhas filhas, não foi fácil, comigo, Deus e minha mãe.

Dona Celé, mãe da nossa entrevistada. Ela faleceu em 2010, aos 87 anos
Para ganhar a vida no campo profissional, dona Fátima se arriscou em ir à São Paulo em busca de uma oportunidade, e por lá ficou 14 anos, e chegou a trabalhar em empresas famosas como a Perdigão.

- Enquanto isso, minha mãe ficou com as meninas, depois elas cresceram e foram indo uma por uma para São Paulo. Eu só retornei a Elesbão Veloso em 1999, depois disso não retornei mais porque tinha que cuidar da minha mãe, e as meninas continuaram em São Paulo.

Ela contou na entrevista que foi difícil cuidar das filhas e ao mesmo tempo da mãe, cuja saúde já se encontrava abalada. O contato com o marido não existiu durante esses 35 anos.

- Não sei se ele está vivo ou morto, só o povo que fala que ele continua em Juazeiro da Bahia, mas não tenho certeza, até porque nunca procurei. Talvez ele tenha procurado outra família.

Quando questionada se o esposo retornasse depois de tanto tempo em busca de outra chance e convivência, dona Fátima foi enfática e direta.

- Eu diria não pra ele. Ele desprezou eu grávida com duas crianças pequenas, uma com 5 e outra com 6 anos e quem me ajudou foi Deus e minha mãe, vivi uma situação desconfortável.

Por tudo que passou, dona Fátima disse se sentir uma pessoa vitoriosa. Foi mãe jovem, é avó, o que a faz se sentir feliz, embora haja uma lacuna em face a morte da mãe, dona Celé em 2010, aos 87 anos, vitimada por um infarte fulminante e analisa a situação de viver solitariamente.

- A perda da mãe foi muito triste, eu nunca superei, mas me conformei. Ela faleceu assim que chegou do hospital. Quanto ao meu viver, é ruim viver na solidão, mesmo assim, nunca quis outra pessoa, não quis mais me envolver, fiquei decepcionada.

O contato com as filhas, entretanto é corriqueiro. As três moram em São Paulo, e como podem ajudam a mãe, amparada por elas antes de ter alcançado o beneficio. Quanto ao sumiço do esposo, ela preferiu não expor qualquer situação.

- Não sei o que aconteceu. Ele saiu de boa daqui dizendo que ia trabalhar e não deu mais notícias. As crianças foram crescendo e perguntava pelo pai e eu falava a verdade; dizia que  e el foi trabalhar e não voltou mais.
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