PAPO COM IDOSOS: Benício Sales, de mecânico a motorista de ônibus e caminhão, sapateiro, oleiro, pescador... a vida de um santacruzense que vive em Elesbão Veloso desde os primeiros anos de vida: "Não precisa avião ou dinheiro para ser feliz"

 
Seu Benício Sales vive em Elesbão Veloso desde os primeiros anos de vida

Por José Loiola Neto/Destaques de Elesbão Veloso

O senhor Benício Sousa Sales falou ao quadro Papo com Idosos do Painel Popular recentemente, e nos deu detalhes de um pouco da sua vida, marcada por muitos acontecimentos ou acúmulo de profissões, afazeres.

Nascido em Santa Cruz dos Milagres a 24 de agosto de 1946, sendo ele um dos 11 filhos do casal José Antonio Sales(Seu Zé Tóim) e Maria Cristina Sousa Sales. Na entrevista, recordou que chegou a Elesbão Veloso para morar com a família no começo da década de 1950, ainda à época do Povoado Coroatá.

- Aqui haviam poucas casas. Lembro que ainda vi o riacho Coroatá cheio com água alagando a Rua da Usina, teve uma cheia grande em 1957, esse riacho servia para tudo e a todos.

Benício lembrou de um campo de futebol às margens do Coroatá. De maneira descontraída e hilariante, ao comentar sobre suas profissões, a primeira que veio da mente foi a de sapateiro e recordou nomes que se destacavam na cidade, dentre eles o seu pai Zé Tóim e ainda Mozar Cavalcante, Zé Nito, Antônio Mota, Zé e Chico Bezerra.

- Lembro de uma festa que fomos no Coqueiro, foi uma luta para trazer o Chico(Bezerra) para casa, ele estava meio tomado. Essa festa foi na casa do Chico Laudimiro, o tocador era o Zé Dodô. Éramos todos solteiros.


Seu Benício Alves, 71 anos falou ao Papo com Idosos: "sou feliz"

A arte de ser sapateiro rendia uma renda extra numa época de dificuldades para trabalho. Eram produzidas peças para Elesbão Veloso e outras cidades como Francinópolis, Várzea Grande, Barra, Novo Oriente, Valença, Barro Duro, Santa Cruz dos Milagres etc

Viveu uma experiência como caminhoneiro e foi surpreendido com um convite para trabalhar na Líder do "Seu Manoelin".

- Recebi um recado da dona Alci(do Ponto Chic), que me disse que ele havia ligado e pediu para eu esperar o ônibus na agência de Elesbão para seguir para Paulistana. Fiquei surpresso porque já tinha deixado direção de mão, mas topei o desafio.

A profissão como mecânico aconteceu graças a apoio do senhor Raimundo Araújo. Os carros na cidade naquele épocas-- décadas de 1960 e 70, segundo seu Benício eram poucos, o que dificultava o trabalho como mecânico.

- Lembro que tinham dois jeep´s, um do Major Everton o outro do João Maurício, depois o Luis Barbosa comprou uma pick-up, o Mundoquinho também comprou um carro, depois Tarcísio Lopes, Ribamar Coimbra também compraram, acho que fizeram empréstimos em bancos,

Dono de uma oficina mecânica na Rua Afonso Mafrense proximidades da sua casa, durante muitos anos, há três anos deu por encerrada as atividades, apesar de ter uma clientela fiel.

- O que eu ganhava dava para escapar, mas eu já estava cansado.

Casado com dona Hilda Maria Araujo Sales, é pai de três filhos: Marcos Vinicius, Francisco Sales e Aracelly Araújo.

Tendo a pescaria como hobby principal e passa tempo predileto, o material está a postos, no carro para qualquer situação, caso seja necessária.

- Tá tudo ali. Engancho, tarrafa, anzol, panela. Eu adoro pescar.

No tocante a saúde, disse que tem percebido alterações de três anos para cá. Assumiu que é fumante ativo e gosta de beber uma vez por outra, Mas a felicidade é plena, sob todos os sentidos.

- Não precisa avião ou dinheiro para ser feliz, o bom é estar bem com a família e amigos.
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