Veterinário Fabiano Barbosa do Ibama-PI fala sobre riscos de zoonoses e alerta caçadores de tatus sobre doença pulmonar.

Veterinário Fabiano Barbosa

Por José Loiola Neto

Esteve em Em Elesbão Veloso, durante o último mês de maio, o médico veterinário Fabiano Barbosa Pessoa analista ambiental junto ao IBAMA-PI e especialista em saúde pública um dos palestrantes do I Seminário Educação Ambiental em Defesa da Vida, promovido pelo Ministério Público, evento que teve lugar no auditório da Prefeitura Municipal.

Fabiano Barbosa abordou durante o seminário a respeito das zoonoses, e em entrevista ao Elesbão News destacou sobre os riscos de doenças que as pessoas podem estar expostas a partir da captura ilegal de animais da floresta.

- As pessoas desconhecem o risco que estão correndo ao recolher um animal da floresta e ter a má sorte de adoecer por alguma zoonose grave. No Piauí temos diversos relatos de primatas criados em cativeiros ilegalmente como macaco-prego, saguis e soinho com diversos tipos de animais mordendo crianças principalmente e acabando atendidas na rede hospitalar para tomar a vacina contra a raiva.

O médico veterinário lembrou que dois óbitos foram verificados no Piauí durante o ano passado por conta da exposição e contato com animais silvestre, um dos casos envolveu um traficante, que capturava e vendia os animais, em Parnaiba e o outro caso ocorreu em Pio IX envolvendo um senhor que adquiriu um animal ilegal e veio a morrer de raiva.

- Todo animal preso, não apenas os primatas, mas as aves também oferecem riscos, já que passarinhos ou papagaios podem transmitir uma bactéria através das fezes e secreções que é a ornitose, podendo levar a um quadro respiratório grave, principalmente entre crianças e idosos.

TATU: RISCOS DA CAÇA

Na entrevista, o veterinário tratou sobre a relação do tatu e a hanseníase, lembrando que há ainda a necessidade de uma série de estudos, mas o que se tem comprovado é que ele é um reservatório natural da doença, sendo que no Brasil há animais positivos para a doença nos estados do Espírito Santo e Ceará e comprovado o caráter de zoonose nos Estados Unidos.

- No Brasil há ainda a necessidade de uma série de estudos, mas acho que em questão de tempo poderemos confirmar que a mesma bactéria existente no tatu e a mesma no ser humano e ele funcionando como reservatório, dessa forma corre o risco da população caçar o animal, entrar em contato, a gente fala que é um fator de risco sem necessidade.

Relacionado ao tatu, no Piauí, segundo Fabiano Barbosa o que se confirma são casos de micose pulmonar, um fungo presente no solo, o qual os caçadores de tatu inalam o fungo desencadeando um quadro pulmonar grave com pessoas adoecendo, tendo que serem submetidas a longos períodos de tratamento ou podendo vir a óbito.

- A caça do tatu é uma prática que a gente não indica, pois é um fato de risco, a pessoa deve evitar porque a pessoa se expõe.
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