REVISTAS SEMANAIS- Veja os destaques de capa das revistas deste domingo, 12 de agosto 2018



VEJA Edição 2.595
 

Capa- As artimanhas de Lula

Um almanaque das jogadas do petista para ter sua foto na urna eletrônica no dia da eleição.

O ex-presidente Lula está preso há pouco mais de 100 dias. Condenado por corrupção e lavagem de dinheiro em segunda instância, também se encontra enquadrado na Lei da Ficha Limpa, que foi sancionada por ele mesmo em 2010, depois de aprovada com os votos dos parlamentares petistas. Apesar dessa dupla restrição, de presidiário e ficha-suja, o PT anunciou o nome de Lula como candidato do partido à Presidência da República, com o ex-­prefeito de São Paulo Fernando Haddad como vice. A decisão, que representa um desafio à lei, tem como objetivo impedir a dispersão do eleitorado de Lula e sua migração para outros concorrentes, o que dificultaria a transferência de votos do ex-presidente para Haddad. Pode-­se tentar explicar isso como uma ousada e legítima estratégia eleitoral. Mas não é só isso.

Líder nas pesquisas, Lula pretende arrastar a decretação definitiva de sua inelegibilidade, com recursos e chicanas jurídicas, para até 17 de setembro. Se esse objetivo for alcançado, a Justiça Eleitoral não terá tempo hábil para tirar sua fotografia da urna eletrônica. Parece um capricho pessoal, mas é uma artimanha eleitoral. Com a foto de Lula na urna, mesmo não sendo candidato, o PT acredita que conseguirá captar os votos dos incautos, dos menos informados e também daquele eleitorado apaixonado pela figura do ex-presidente que não hesitaria em confirmar o voto ao ser confrontado com a imagem dele, mas sem saber que estaria elegendo um fantasma. É este o plano extraordinário de Lula e do PT: esticar a corda e, quem sabe, ludibriar o eleitor.

 
CARTA CAPITAL Edição 1.016

Capa- Lulismo em campo


A jovem vice gaúcha, o ungido com o plano B, as afinidades econômicas e as cotoveladas com rivais progressistas. E MAIS...

>> Pobre vota Lula

Encontrem a prova na pesquisa Ibope: com o apoio da maioria, o ex-presidente esmagaria Bolsonaro, sem contar o apoio incondicional das mulheres

A pesquisa de intenções de voto para a disputa presidencial de outubro tem mostrado que a mídia brasileira reacionária e preconceituosa esconde um dado significativo no processo eleitoral e evita informações sobre um aspecto valioso da competição: o caminho tomado pelos eleitores ao longo do início e o fim do processo até a boca das urnas.

Limita-se, a mídia, a publicar o que tempos atrás era chamado ironicamente no mundo político de “corrida de cavalo”. Publica-se, em regra, apenas o porcentual de votos de cada um dos candidatos. E isto, então, bastaria para o eleitor. Mas não basta.

É o que indica a eleição de agora. Não aparece, por exemplo, o fato de os eleitores mais pobres estarem dispostos a garantir a vitória de Lula, possivelmente ainda no primeiro turno, se somados os votos de outros agrupamentos eleitorais favoráveis a ele.

Sondagens, como a mais recente divulgada pelo Ibope, apontam nessa direção. Caso a eleição fosse hoje, o ex-presidente teria 33% dos votos e Bolsonaro, 15%. Lula, com tal quantia de votos, teria também vantagem sobre a soma dos votos de uma dezena de outros candidatos dispostos, até agora, a entrar no jogo. O metalúrgico esmagaria o capitão.

 

ISTOÉ Edição 2.538

Capa- As fakes news de Bolsonaro


No início dos anos 2000, a historiadora norte-americana Deborah Lipstadt, foi processada por um pesquisador, o britânico David Irving, após ela tecer fortes críticas ao seu trabalho. Poderia parecer mais uma querela profissional ou disputa de egos entre colegas, se por trás do processo não houvesse a perigosa tentativa de Irving de reescrever a história, justamente numa das suas passagens mais absurdas e dolorosas. O livro de Irving, “Denying the Holocaust: The Growing Assault on Truth and Memory” (Negando o Holocausto – Assaltando a verdade e a memória) minimiza o massacre de mais de 6 milhões de judeus pelas mãos dos nazistas comandados por Adolf Hitler na Segunda Guerra Mundial. Deborah contestou-o, acusando-o de ser “um dos mais perigosos porta-vozes da negação do Holocausto”. Irving criava uma versão que era conveniente a grupos preconceituosos, conservadores e racistas. Ao final do processo, Deborah Lipstadt saiu vitoriosa e Irving foi classificado nos autos como “anti-semita e racista”.

Quase duas décadas depois, o Brasil vai para uma eleição presidencial em que um dos candidatos tende a trilhar pelo mesmo caminho de Irving: o da negação da verdade, valendo-se de fatos distorcidos para criar uma história própria, conveniente a uma onda de extrema-direita que se instalou no País e em partes do mundo. Trata-se do candidato do PSL ao Planalto, Jair Bolsonaro. Quanto mais o ex-capitão do Exército se expõe, mais ele se revela um engodo. Falseia a história brasileira, minimizando o drama da escravidão, ao tentar atribuir aos próprios africanos o comércio de escravos, relativiza também a ditadura militar, o uso da tortura e de outros expedientes bárbaros do regime, apostando na curta memória do seu eleitorado majoritariamente jovem, que não testemunhou o período e, sim, mente sobre si próprio, suas convicções, declarações e comportamentos pretéritos, a fim de se tornar mais palatável a setores do eleitorado ainda refratários a ele.


ÉPOCA- Edição 1.050

Capa- Bolsonaro é o 'moleque sabido' que ajudou na captura de Lamarca?


Candidato repete que participou de busca à lider esquerdista, mas se aproveita de mito da caserna para avolumar _ enganosamente_ a própria biografia.

Na história da repressão a grupos guerrilheiros nos anos 1970, militares do serviço de inteligência atribuem ao que chamam de “moleque sabido” uma informação essencial na investigação sobre Carlos Lamarca, capitão do Exército que desertou para se tornar líder de grupos armados de resistência à ditadura militar. O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, tenta acoplar à sua biografia conservadora uma suposta participação na busca a Carlos Lamarca, quando o guerrilheiro passou em 1970 pelo Vale do Ribeira, no interior de São Paulo, em fuga de tropas do Exército que o perseguiam. Seria Bolsonaro o “moleque sabido” ou o candidato tenta se apropriar de episódio mítico entre os militares para avolumar a própria biografia?

Quando Lamarca chegou a Eldorado, cidade em que Bolsonaro passou a infância, o hoje candidato a presidente tinha 15 anos recém-completados. Em entrevistas, como a concedida há duas semanas ao programa Roda Viva, da TV Cultura, Bolsonaro repete que ainda “moleque” ajudou na “caça ao Lamarca” porque conhecia as matas na região de Eldorado. Propositadamente, Bolsonaro mistura dois episódios distintos para colocar-se no centro de fatos relevantes para a história? São episódios que aconteceram com um ano e quatro meses de diferença e em dois locais distantes entre si por apenas 30 km.

Época teve acesso a arquivos de um velho militar _por sinal, eleitor de Bolsonaro_, que serviram de base para os relatos detalhados da perseguição das Forças Armadas ao capitão desertor. O mais famoso desses relatos é o projeto Orvil (livro de trás para diante). A inciativa reuniu documentos e depoimentos de oficiais das Forças Armadas que buscavam rebater as informações publicadas no livro “Brasil: Nunca Mais”, obra de 1985 em que defensores dos direitos humanos reconstruíram torturas e assassinatos ocorridos nos porões da ditadura militar. Em mais de 300 páginas, “Brasil: Nunca Mais” era uma narrativa devastadora da rotina de torturas, assassinatos e desaparecimentos forçados de presos políticos. O projeto Orvil buscou contar a história dezenas de militares assassinados pelos grupos esquerdistas, usando para tal arquivos e depoimentos de integrantes da repressão.
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