DE OLHO NA LÍNGUA- Dicas de português do professor Antônio da Costa de Sobral-CE- sábado, 29/02/2020


O aluno ficou de recuperação
Diga-se: “O aluno ficou para recuperação”, com a preposição “de”, e não com a preposição “de”, que é a que a maioria dos pais dos alunos diz: Meu filho ficou de recuperação. Senhores pais, digam agora: Meu filho ficou para recuperação, isto é, recuperar o conhecimento necessário que ele não conseguiu no período normal de aulas.

Falar e dizer (Qual a diferença?)
Falar é simplesmente exprimir pela voz. Qualquer pessoa, em não sendo muda fala. Papagaio fala, uma criança de tenra idade fala, a maioria dos políticos fala à Beça!

Dizer é expressar por meio de palavras (faladas ou escritas) é afirmar, declarar. Daí por que não há propriedade no emprego do verbo falar nestas frases: A menina “fala” que sente dores no estômago; Carla “falou” que não vem à aula amanhã; Rute nunca “falaria” que você é tola; Ela não acreditou no que vocês “falaram”; Anote o que o professor “fala”; Vocês não sabem o que “falam”. Substituem-se tais formas, respectivamente, por dizia, disse, diria, disseram, diz, dizem, pelas razões expostas. É por esse motivo, ainda, que muitos políticos falam, falam, mas não dizem coisa nenhuma.

Morte e falecimento (qual a diferença?)
Morte serve para todos, indistintamente, velhos e moços. Falecimento é próprio dos que já viveram o bastante, aos quais alguns chamam idosos; outros, senis. Mas a maior parte usa mesmo velhos (que não é um termo adequado). Só a morte pode ser violenta; o falecimento, ao contrário, exprime apenas um efeito natural. Por isso, ninguém “falece” num violento acidente de automóvel, assim como não há “falecimento” num assassinato. Há, em ambos os casos, morte.

Pêsames/condolências (Qual a diferença?)
Convém não confundir esses dois termos. Apresenta “pêsames” quem manifesta dor ou profundos sentimentos pela morte de alguém. Apresenta “condolências” quem manifesta dor ou profundos sentimentos, não só pela morte de alguém, mas também por quaisquer circunstâncias desafortunadas ou desfavoráveis. Por ocasião da falência de uma firma ou empresa, podemos apresentar aos seus diretores nossas condolências. A família de um ente querido recebe pêsames ou condolências. No caso da empresa, um diretor só recebe condolências, jamais “pêsames”.

Em tempo: Ao desejar pêsames ou condolências a alguém não precisa acrescentar “sentidos (as), profundos (as), porque na definição de pêsames e condolências já contém esse significado.

“Fiz isso com a melhor intenção” OU “Fiz isso na melhor intenção”?
A segunda. Para quando se deseja praticar um ato com o intuito  de fazer bem ou, então, sem intuito de causar prejuízo, a língua reserva uma única expressão: Fazer algo na melhor intenção.

Inimigo fidagal
É muito comum as pessoas confundirem as palavras “fidagal” com “figadal”. Nessa frase, quando nos referimos às pessoas que são inimigas ferrenhas, digamos: inimigas figadais.

General (Qual o feminino?)
Generala, sem nenhuma dúvida. E a abreviatura é Gen., embora muitos usem Gal.

(*) Graduado em Letras Plenas, com Especialização em Língua Portuguesa e Literatura, na Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA). É, também, funcionário do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) de Sobral (CE). Contatos: (88) 99868-2517 e (88) 98141-2183.

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