Figura Elesbonense: Raimundo de Souza Sobrinho, o "Raimundinho do Cartório"(1941-2007)

Seu Raimundinho do Cartório(1941-2007) 
Por José Loiola Neto

Neste último sábado se vivo estivesse, o tabelião Raimundo de Souza Sobrinho(17/04/1941), conhecido no meio social em Elesbão Veloso como "Raimundinho do Cartório" teria completado 80 anos. 

Falecido a 31/08/2007, ele deixou seu legado enquanto pessoa, entre amigos, no seio familiar e na profissão desenvolvida com esmero até bem próximos os dias que antecederam a sua partida precoce aos 66 anos. 

Era casado com dona Lourdes Leal com quem teve uma única filha, a hoje advogada Liana Leal, que faz abaixo um relato acerca da vida cotidiana, familiar e profissional do seu genitor. 

Liana com o pai Raimundo de Souza em seu aniversário de 1 ano

Por Liana Leal*

Falar do meu pai é meu assunto preferido. Se tempo tivesse seria o dia inteiro. Meu pai teve uma história muito bonita, era filho de Afoncina e Regino, eles tiveram cinco filhos e meu pai era o único filho homem em meio a quatro mulheres, era uma família humilde, trabalhadora. 

Meu pai nasceu na família Curralinho, onde meus avós moraram por quase toda a vida, mudaram para Elesbão Veloso na metade dos anos 1990, época em que já estavam bastante idosos e precisavam de cuidados e atenção. 

Meu pai começou os estudos em Valença do Piauí, lembro muito dele falando do Padre Marques, que inclusive veio nos visitar por ocasião do falecimento do meu pai. 

À época de estudos morou com primos dele muito queridos- Valdenrique, Valdir e Aristeu. Em sua juventude, saiu de Elesbão Veloso e foi morar em casa de parentes, tendo em vista aprimorar os estudos, morou em São Paulo, Rio Grande do Norte, mas sempre retornando para Elesbão em época de férias. 

Nas idas e vindas, resolveu fixar moradia em Elesbão Veloso, de onde nunca quis sair. Casou com minha mãe, teve uma única filha- Liana Leal. 

Teve uma vida dedicada ao trabalho e a família. Começou a trabalhar no cartório, depois fez um concurso, passou nesse concurso para tabelião e dedicou 37 anos da sua vida ao trabalho em seu cartório de 2º ofício; trabalhou até 21 dias antes de morrer. 



Como homem, dito por muitas pessoas, era um cidadão honesto, trabalhador, amigo, além de ter sido um esposo e pai brilhante, um filho excepcional, irmão, tio, padrinho... Era um ser humano que não possuía inimigos, por onde passava deixava amizades, muitas vezes eu vi e presenciei ele fazendo 'vista grossa' para vários insultos no decorrer do seu trabalho no dia a dia.

Foi um filho preocupado e amoroso e não media esforços pelos pais e pela família. Tinha muitas amizades por todos e nutria boa relação com primos, primas e sobrinhos, em especial pelo cunhado dele, o tio Raimundo Bofó, eles se consideravam irmãos. 

Em sua trajetória de vida fez inúmeras amizades, tanto pessoal como profissionalmente desde a cidade até cada povoado, eu particularmente pude conhecer algumas dessas pessoas, amizades essas que eu mantenho até hoje. 




Uma pessoa também muito querida pelo meu pai era seu Silva, que trabalhou com ele no Curralinho, ele faleceu um mês antes que meu pai, que se preocupou muito com a doença dele, foi uma coisa bem rápida, ele se abateu com a morte da minha avó ocorrida no mês de Junho e seu Silva, que faleceu em Julho, no mês seguinte- Agosto, infelizmente ele faleceu. Papai considerava seu Silva uma pessoa da família, os dois davam certos. 

Meu pai me ensinou os princípios basilares que todo ser humano deveria ter: honestidade, amor ao próximo e apesar de eu ter sido filha única e ter sido muito mimada, ele sempre me ensinou ainda que indiretamente que na vida nada é de graça, que tudo dependia de esforço, trabalho e dedicação, além de organização, e isso é um forte da minha vida, e isso é uma virtude herdada dele. 

Meu pai teve uma história simples e bonita. 

* Liana Leal é advogada, filha única do casal Raimundo de Souza Sobrinho e Maria de Lourdes Leal. 

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