CONVERSA INFORMATIVA: Evanildes Costa aborda Autismo como parte de orientações sobre o Abril Azul.

Evanildes Costa

Por José Loiola Neto

Durante o Painel Popular do domingo passado(25/4), a bacharel em Serviço Social, Evanildes Costa fez uma abordagem sobre a campanha Abril Azul, que em essência consiste do enfoque a respeito do autismo, um transtorno neurológico caracterizado por comprometimento da interação social, comunicação verbal e não verbal, dentre outros fatores. Como sempre, um apanhado muito oportuno da nossa colaboradora, que tem e muito contribuído com a comunidade a partir da disseminação das suas informações valiosas. Boa leitura!!!


Por Evanildes Costa*

MENSAGEM INICIAL:

O Autismo é um transtorno de desenvolvimento que, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), atinge 1 em cada 160 crianças no mundo. No Brasil, estima-se que existam cerca de 2 milhões de autistas. O diagnóstico ocorre geralmente entre os 2 anos e meio a 3 anos, e não existe cura para essa condição. Para dar visibilidade ao tema, foi escolhido o dia 2 de abril como Dia Mundial de Conscientização do Autismo e, para que as ações ocorram no mês todo, foi criada a Campanha Abril Azul. A ideia é mostrar as características e as dificuldades do transtorno, incentivando, dessa maneira, a inclusão do Autista em sociedade, bem como a criação de Políticas Públicas voltadas para esse grupo.

O QUE É O ABRIL AZUL?

A Organização das Nações Unidas (ONU) escolheu o dia 2 de abril como Dia Mundial de Conscientização do Autismo para dar visibilidade ao tema, já que o transtorno ainda é bastante desconhecido pela população. Assim, criou-se também a Campanha Abril Azul para que o mês inteiro seja marcado com ações voltadas para o autismo. Por que a cor azul? Porque o autismo atinge muito mais os meninos do que as meninas (proporção de 4:1), fato que a ciência ainda não consegue explicar.


QUAL A IMPORTÂNCIA DE CONSCIENTIZAR A SOCIEDADE SOBRE O AUTISMO?

O Abril Azul é importante porque dá destaque ao Transtorno do espectro autista (TEA), um distúrbio neurológico que pode afetar as áreas de comunicação, comportamento e interação social. Além disso, o autista pode ou não ter alguma deficiência intelectual. Em alguns casos, pessoas com o transtorno chegam a surpreender pela inteligência e são chamadas de autistas de alto funcionamento.

A Campanha tem o papel de mostrar as características dessa condição especial, destacando que não é uma doença, ou seja, ninguém precisa se afastar de um autista. Pelo contrário: é preciso entender para incluir e ajudar.

QUAIS AS CAUSAS?

Ainda não se sabe ao certo quais as causas para o distúrbio. Acredita-se que a maioria dos casos seja de origem genética: Alguns genes seriam responsáveis por essa condição, mas os pesquisadores ainda buscam respostas mais claras sobre essa correlação. Porém, é fato que famílias com um filho autista têm mais chances de ter outro filho com o TEA. A ciência trabalha ainda com causas ambientais, como complicações no parto ou o uso de medicamentos pela mãe durante a gravidez.


QUAIS SÃO OS SINTOMAS DA DOENÇA?

As ações da Campanha devem deixar claro para a sociedade os sintomas do autismo, que podem variar de indivíduo a indivíduo. É possível que o Autista tenha dificuldade para ficar em ambientes muito barulhentos e movimentados, não atenda quando chamado, seja muito agitado, goste de ficar sozinho ou ainda tenha o hábito de fazer movimentos repetitivos. Muitas pessoas no espectro têm ainda seletividade alimentar ou dificuldade para dormir.

Alguns sinais podem surgir logo nos primeiros meses, como bebês que não fazem contato visual, ficam quietos demais quando sozinhos, não estranham quando vão para o colo de estranhos, demoram a falar as primeiras palavras ou a engatinhar e andar, por isso, é importante que os pais estejam informados para que possam procurar ajuda médica caso notem esses sintomas e investigar se é alguma característica do TEA.

Não existe um exame específico que detecta o transtorno. O diagnóstico é feito a partir do relato dos pais e avaliação médica. No entanto, em alguns casos, pode ser difícil fechar esse diagnóstico, ainda mais em crianças pequenas.

TRATAMENTO:

O TEA não tem cura, mas, com sessões de fonoaudiologia, terapia ocupacional, psicologia, entre outras terapias, é possível ajudar a criança a participar da rotina diária e também aos poucos, se tornar independente. Em casos mais severos, de autistas que se batem ou ficam muito nervosos, por exemplo, a medicação prescrita pelo neurologista ou psiquiatra pode ajudar.

Em resumo, é essencial dar voz ao autismo, levando informação para a população e, desse modo, reduzir o preconceito. O Abril Azul também tem o papel de pressionar governos para que mais políticas Públicas se voltem para esse grupo- Como acesso às terapias e Serviços de Saúde, apoio às famílias, inclusão escolar e também ao mercado de trabalho.

Além disso, é preciso que os profissionais de Saúde como médicos e terapeutas recebam um treinamento para que consigam identificar o TEA de forma precoce. Pesquisas científicas para trazer mais respostas sobre o autismo também devem ser incentivadas.


COMO PARTICIPAR DA CAMPANHA?

O Abril Azul já é celebrado em organizações e entidades voltadas para a causa autista. Mas é preciso mais engajamento, principalmente por instituições de Saúde, como clínicas e Hospitais. São espaços importantes, que devem dar destaque a temas de Saúde como esse.

Como participar e, assim, se engajar nessa causa? É possível criar ações simples por colaboradores, pacientes e comunidades, como:

· Oferecimento de palestras com médicos, terapeutas e até pais de autistas que expliquem o que é o TEA;

· Elaboração de cartazes e panfletos informativos conscientizando sobre o Autismo;

· Divulgação de vídeos nas redes sociais da Instituição que tenham como tema o transtorno;

· Organização de caminhadas junto á comunidade para dar visibilidade ao distúrbio;


MENSAGEM FINAL:

O Abril Azul deve ser divulgado para a sociedade, a fim de que o autismo ganhe cada vez mais visibilidade. Assim, as entidades do setor público e privado devem se mobilizar e participar dessa campanha para que as pessoas com TEA tenham voz, sejam respeitadas e consigam fazer parte da sociedade, bem como ter os seus direitos garantidos.

Por Heloísa C. Melo(informações suporte para execução de trabalho)

* Evanildes Costa é bacharel em Assistência Social, colaboradora mensal do programa radiofônico Painel Popular. 

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