REVISTAS SEMANAIS- Confira destaques de capa das revistas que estão chegando às bancas e residências dos assinantes neste final de semana. Sábado, 31/07/2021

ISTOÉ Edição  2689

Capa- O novo dono do governo

Casamento fisiológico

Com Ciro Nogueira na Casa Civil, Bolsonaro quer barrar o impeachment, conter a CPI da Covid e garantir a sua reeleição. Vai apenas fortalecer o Centrão, grupo que deseja controlar a economia e o Orçamento, podendo abandonar o mandatário em 2022

No xadrez, o sacrifício da rainha é um movimento arriscado. Quando o jogador deseja ousar para obter uma vantagem futura, ele abre mão da dama, a peça de maior valor. Bolsonaro não entende nada do jogo, mas acaba de praticar essa manobra. Antes de sofrer um xeque-mate, cedeu o posto mais estratégico do governo, a Casa Civil, ao líder do Centrão, Ciro Nogueira. Ao entregar a “alma do governo”, como ele mesmo disse, quis afastar o risco de perder o cargo, que cresce com as revelações da CPI da Covid, e pavimentar o caminho para a reeleição, cada vez mais improvável. Já o Centrão saiu em larga vantagem. Desde que foi criado, na época da Constituinte, o grupo fisiológico nunca teve tanto poder. Presidente do PP, Ciro Nogueira chegou ao ápice de sua carreira e fará a articulação política do governo com o Congresso, além de ter controle sobre os ministérios. Decidirá, por exemplo, sobre todas as nomeações, incluindo estatais. Estará em posição privilegiada para mandar no Orçamento e na própria política econômica.

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VEJA  Edição 2749

Reportagem de capa- Como a ascensão de Ciro Nogueira altera os rumos do governo Bolsonaro

Escolha do senador para posto de 'primeiro-ministro' representa a maior inflexão até hoje nos métodos, na imagem e, principalmente, na estratégia eleitoral da atual administração

>> Carta ao Leitor: Adepto da ponderação, chefe da Casa Civil terá missão difícil em gestão marcada por confrontos

>> Política: Incertezas sobre destino eleitoral de Serra mexem com os nervos de caciques do PSDB

>> Pandemia: Discretamente, spray contra a Covid-19 virou fumaça no Ministério da Saúde

>> BRAVURA - Simone Biles ao admitir fragilidade: “Luto contra demônios” -

>> Olimpíada de Tóquio: Pela primeira vez, Jogos escancaram debate sobre saúde mental dos atletas

>> DE OLHO NO RELÓGIO - Consumo de frutas: bom lanche para o fim da tarde -

>> Entrevista: Ney Matogrosso aos 80: 'O Brasil de hoje é muito mais conservador'

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REVISTA OESTE Edição 71

Capa- Cuba como ela é

A VERDADE RESSUSCITADA

Documentário sobre Cuba rasga fantasias dos devotos de ditaduras

Com o uniforme de oficial de cordão carnavalesco, um charuto hospedado no canto da boca, Fidel Castro está de saída do Congresso do Partido Comunista Cubano promovido em 1975. No poder há 16 anos, o ditador quarentão está em boa forma: depois de discursar por 20 horas seguidas, não exibe sinais de cansaço. Só parece intrigado com aquele carrinho de bebê ao lado de três cinegrafistas que acompanham a movimentação da lenda em seu apogeu. Fidel se aproxima do carrinho que, em vez de passageiros da primeira infância, transporta instrumentos indispensáveis a quem trabalha no mundo do cinema. Mira o jovem desconhecido e pergunta quem carrega aquilo: ele ou ela? Ele é Jon Alpert, ainda um novato na arte que o transformaria em celebridade. Ela é Keiko Tsuni, mulher de Alpert. Câmeras de vídeo digital da primeira geração são bastante pesadas, explica o marido. Fidel ensaia a retirada e é detido pelo convite audacioso: “Tem uma mensagem para o povo dos Estados Unidos?”. Assim começou a primeira conversa entre o jornalista principiante e o homem que havia dois anos não concedia entrevistas à imprensa ianque.

O mais loquaz orador do Caribe ficou uns poucos segundos em silêncio antes de declamar a mensagem. Louvou as virtudes dos norte-americanos comuns, elogiou os esforços dos intelectuais e trabalhadores e desejou-lhes sorte. “Quanto ao governo”, ressalvou, “todos sabem que não há nenhuma simpatia entre os governos de Cuba e dos Estados Unidos.” Foi a primeira (e a mais curta) das muitas conversas que teriam nas quatro décadas seguintes. Em 2016, às vésperas do 90º aniversário do ditador aposentado, encontraram-se pela última vez na casa de Fidel em Havana. O anfitrião depauperado autografa o colete de trabalho do visitante. Agora um sessentão grisalho, Alpert beija o rosto da lenda em seu crepúsculo. Ele voltaria semanas depois para filmar o sepultamento do fundador do regime comunista. Ao partir de Havana, levava o material que faltava para a edição do melhor de todos os grandes documentários que concebeu: Cuba e o Cameraman, lançado nos EUA em 2017 e incorporado recentemente ao catálogo brasileiro da Netflix.

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