ISTOÉ Edição 2690
Capa- A resposta da Toga
A última trincheira da democracia
A sociedade precisará de ações firmes para barrar o golpe em preparação por Bolsonaro. O Judiciário já traçou uma linha para conter o presidente e evitar que as eleições sejam deslegitimadas
A redemocratização foi marcada nos últimos 35 anos por duras provas de fogo, com o impeachment de dois presidentes. Apesar dos percalços, a força da Constituição de 1988 se provou efetiva. Mas o maior teste ainda está em curso, causado por um presidente que defende abertamente um golpe e ataca quase diariamente as instituições. O presidente da Câmara e o procurador-geral da República, que conseguiram seus cargos pela ação ostensiva do presidente, têm falhado até o momento em conter esse ímpeto. Com a omissão, a reação coube ao Judiciário.
Num movimento coordenado, ministros das cortes superiores agiram com uma série de ações para conter as ameaças às eleições de 2022. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) abriu por unanimidade na segunda-feira, 2, um inquérito administrativo para investigar os ataques ao sistema eleitoral, enquanto o corregedor-geral da corte, Luis Felipe Salomão, pediu a inclusão do próprio presidente no inquérito das Fake News em curso no Supremo Tribunal Federal (STF). No mesmo dia, todos os ministros que presidiram o TSE desde 1988, inclusive nove dos atuais ministros do STF, assinaram um documento em defesa da urna eletrônica. Foi um gesto histórico de união do Judiciário. Dois dias depois, o corregedor-geral do TSE pediu que as apurações do inquérito dos Atos Antidemocráticos sejam incorporadas às investigações sobre ações ilegais da chapa Bolsonaro-Mourão. Essas medidas mudam o jogo institucional.
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VEJA Edição 2750
Reportagem de capa- Efeito das mudanças do clima, estiagem no Brasil é a mais longa e intensa da história
A seca afeta 2.445 municípios e estados inteiros, com desdobramentos nas lavouras e nos reservatórios das hidrelétricas. Há meios de combatê-la, mas quase nada tem sido feito
>> Carta ao Leitor: A natureza alerta, mais que nunca, para a necessidade de proteger o cerrado e a Amazônia
>> Política: Voto impresso: o despropositado embate entre Bolsonaro e o presidente do TSE
>> Brasil: Viúva do ex-capitão Adriano da Nóbrega revela identidade do chefe do Escritório do Crime
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REVISTA OESTE Edição 72
Capa- A CPI virou um monstro
Em maio, a reportagem de capa da edição 61 da Revista Oeste escancarou o circo montado no Senado com o objetivo de manter a pandemia de coronavírus na crista do embate eleitoral de 2022. Quase três meses depois, o elenco liderado por Renan Calheiros (MDB-AL) vai transformando uma ópera-bufa num monstruoso espetáculo de autoritarismo. Protagonistas e figurantes seguem um roteiro que tenta cercear a liberdade de imprensa, prender quem discorda e chantagear adversários.
Um requerimento apresentado por Renan começa a espancar o idioma já em seu início. “Cumpre esclarecer que os requeridos levantamento e transferência de dados”, lê-se no segundo parágrafo. “Requer-se que as ordens de levantamento e transferência deverão cumpridas”, delira uma frase incompreensível no quarto. E sobram erros toscos de digitação. Por exemplo: “A pessoa contra quem se busca a quebra e a transferência dfe sigilo”. É melhor parar por aqui.
No documento de dez páginas, Renan pediu a quebra do sigilo bancário da rádio Jovem Pan, de uma produtora de documentários e de alguns sites conservadores. O relator da CPI acusou a emissora de disseminar fake news sobre a pandemia. Causou estranheza a abrangência da devassa nas contas. Renan queria que fosse examinada a movimentação financeira a partir de 2018, quando ninguém podia prever a aparição do vírus chinês.
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