ISTOÉ Edição 2701
Capa- Um país em estado de barbárie
A implacável volta da fome
Depois de anos de evolução, o Brasil regride ao século passado e começa a criar mais uma geração de desnutridos. Os últimos levantamentos mostram que existem, hoje, cerca de 20 milhões de pessoas famintas. Com a destruição de políticas públicas, Bolsonaro faz ecoar as lembranças do “homem-caranguejo” e do “homem-gabiru”, que assombraram o País em décadas anteriores. A fome sempre foi um grande paradoxo nacional. E no País do alimento mais uma vez ele falta. A situação só piora
Engendra-se neste momento uma política de extermínio de brasileiros pobres por meio da miséria e da fome. É mais uma estratégia destrutiva do governo Jair Bolsonaro, que parece ter o objetivo persistente de deixar a população morrer à míngua. Pessoas famintas sendo tratadas e agindo como animais se multiplicam em grandes e pequenas cidades, aumentando a tragédia social que não tem fim. Seres humanos se animalizam, abandonam a civilização por necessidade e atingem a condição de barbárie. Referências da pobreza e subnutrição nacional que pareciam esquecidas no passado, como o “homem-caranguejo”, identificado nos mangues do Recife pelo nutrólogo e geógrafo Josué de Castro, ou o “homem-gabiru”, o brasileiro de 1,35 metro comparado a uma ratazana do Nordeste, voltaram a ecoar e perturbar ainda mais a realidade. O País vive hoje seu pior ciclo de carestia desde o século passado e afunda cada vez mais numa crise humanitária. Atualmente, segundo o Inquérito Nacional Sobre Segurança Alimentar no Contexto da Pandemia de Covid-19, mais recente pesquisa sobre o assunto, pelo menos 20 milhões de pessoas passam fome por aqui, o equivalente a 9% da população, e 55% dos brasileiros têm algum problema rotineiro de falta de alimento.
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VEJA Edição 2761
Reportagem de capa- Com claro objetivo eleitoral, ataque ao teto de gastos pode custar caro para o país
A proposta de criação do Bolsa Família de Bolsonaro veio acompanhada de uma ameaça à principal regra de responsabilidade fiscal do governo - o que pode lançar o Brasil em uma espiral de problemas. E MAIS...
>> Política- Os interesses, as provocações, ameaças e casos de espionagem nos bastidores da CPI
>> Carta ao Leitor- Relatório final da comissão é devastador para a imagem do governo e de Bolsonaro
>> Investigação- Como a sombra do clã político de Jairinho paira sobre testemunhas do caso Henry
>> DILEMA - Perfil: obesos com doenças como diabetes ou aterosclerose podem se beneficiar -
>> Saúde- Decisão do STF reacende polêmica sobre uso de remédios para emagrecer
>> CARA NOVA - O Castelo da Cinderela, no Magic Kingdom: decoração especial para o cinquentenário
>> Diversão- Walt Disney World completa 50 anos com novidades e programação especial
>> Entrevista a VEJA- Lázaro Ramos fala sobre troca da Globo pela Amazon - e de estreia na direção
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REVISTA OESTE Edição 83
Capa- UMA CPI DE VERDADE
Instalada no Rio Grande do Norte, uma Comissão Parlamentar de Inquérito faz o trabalho que deveria ser feito em Brasília: investigar a corrupção na pandemia
Durante seis meses, o alto comissariado da CPI da Covid chefiado por Renan Calheiros (MDB-AL), Omar Aziz (PSD-AM) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP) produziu centenas de manchetes de festim contra a condução da pandemia pelo governo federal. Mandou prender, devassou a vida de opositores e triturou reputações de profissionais da saúde. A poucos dias de sua votação no Senado, contudo, o relatório final da CPI gasta mais de mil páginas em malabarismos retóricos para tentar camuflar um ponto crucial: não conseguiu elaborar uma única denúncia robusta de desvio dos cofres públicos.
Sem o picadeiro transmitido ao vivo pela TV Senado, um grupo de cinco deputados estaduais da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte e seus respectivos suplentes resolveu fazer o serviço direito. Em agosto, a Casa aprovou uma comissão para investigar 12 contratos que a governadora Fátima Bezerra (PT) firmou durante a crise sanitária. Já nas primeiras reuniões, tinham um nome, uma cifra e um misterioso “Consórcio Nordeste” a serem investigados.
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