Vivendo em Elesbão Veloso, pernambucano Francisco Euflázio recorda infância difícil por conta da ausência do pai e sofrimento da mãe para criar os filhos: "foi uma guerreira"

 

Por: José Loiola Neto

Francisco Euflázio de Almeida, 75 anos(02/04/1940), nascido zona rural de Belo Jardim-PE, viveu em São Paulo a partir dos primeiros anos de vida, atualmente aposentado e vivendo em Elesbão Veloso com a esposa dona Gilda Teixeira acumula vasta experiência profissional principalmente ao volante, pois foi caminhoneiro e motorista de ônibus na grande São Paulo.

Baseado em relato ao elesbaonews.com percebe-se que a vida de Seu Euflázio não foi um mar de rosas", pelo contrário, teve muitas barreiras a serem superadas. Uma delas, o fato de cresceu sem um pai presente, o que o tornou impaciente quando o assunto é seu genitor, prefere não falar pois as recordações não são boas, principalmente quando lembra que a mãe- dona Julieta Cordeira da Silva teve extremas dificuldades para criar os quatro filhos, sendo ele o mais velho da prole.

- Minha mãe lavava roupa na beira do açude durante o dia e a noite passava, minha mãe foi uma guerreira., falou Eufrásio.

Ao falar do pai, o ex-caminhoneiro demonstra todo um dissabor, justificando o fato de ele ter largado a família para viver com outra mulher, quando os filhos ainda eram criança, ele por exemplo tinha apenas 8 anos

- Eu não quero nem saber do nome dele, é um cabra safado. Ficou muito mágoa. Toda vez que vou a igreja peço a Deus que me perdoe e dê paz no meu coração, para que eu possa perdoar, mas é difícil porque eu sofri muito por conta disso, até na documentação.

Seu Francisco Eufrásio fala a Eldorado-Painel Popular

Seu Euflázio deixou o sertão pernambucano muito cedo para viver em São Paulo, onde na companhia da mãe e irmãos chegou a morar em um cortiço. Em que pese ter vivido grande parte da vida em São Paulo ele não esconde suas raízes.

- Sempre fiz questão de dizer que sou pernambucano, lá em São Paulo enfrentei muito preconceito, assim como os nordestinos de maneira geral.

Na entrevista que foi ao Painel Popular na Edição 675 em 19 de abril, Seu Euflázio assume que teve sorte de não me se transformar em bandido, assumiu no entanto que fez travessuras durante a adolescência, provas disto, foram pedras jogadas em vidraças de vizinhos.

Seu Francisco Eufrásio com a esposa, doma Gilda Teixeira.

- Passei maus bocados e já vivi no meio de vagabundos. Como motorista de ônibus vivenciei e presenciei muitas cenas- tentativa de assalto era constante.

Caminhoneiro aposentado, Seu Euflázio, que percorreu boa parte do Brasil, incluindo no roteiro o eixo Sudeste-Sul e Norte-Nordeste,  atuou em uma época das chamadas caravanas e recordou que passou nas imediações de Elesbão Veloso via BR-316 entre 1968 e 1969, quando a rodovia federal estava em processo de construção. Ele também comentou a recente crise dos caminhoneiros, a onda de greve que assolou o país. Para ele, os protestos são válidos.

- Sabemos que o caminhoneiro é quem segura a nação, viajado para entregar mercadorias, sem eles o país para. Ai de Elesbao Veloso se não fossem os caminhoneiros para fazer entregas de cargas toda semana, o que estão fazendo com eles é uma injustiça: o preço do óleo, cobrança de pedágios é muito caro e o pior é que você paga e não vê grandes melhorias, não tem o retorno.

Casado por três vezes, a primeira vez foi aos 33 anos e justifica a opção de ter contraído matrimônio muito tarde.

- Era a coisa tinha mais medo. Pois o safado(pai) fez aquilo com minha mãe. tinha medo de casar e fazer meus filhos sofrerem, por isso casei bem maduro, já sabia o que era a vida, enfim.

Recém-chegado, diz que se adaptou rapidamente a Elesbão Veloso.

- Aqui pra mim estou no paraíso, o pessoal é hospitaleiro, você passa, eles dão bom dia!, chego ali naquela praça bato papo com as pessoas, estou gostando muito daqui., encerrou Seu Euflázio, que  também é evangélico na Assembleia de Deus.