Dias atrás, eu- José Loiola Neto e meu irmão Cícero Loiola estivemos na localidade Barra do Mocambo, zona rural de Elesbão Veloso, atendendo a convite do agricultor Raimundo Nonato Oliveira, o Bigodudo (52) e sua esposa Maria José Holanda (49) fomos recepcionados calorasamente e tivemos direito a um almoço bastante convidativo. Entre uma prosa e outra, aproveitei para saber um pouco da vida daquele cidadão, que tem o dom da oratória, pois em que pese não possuir um grau de estudo avançado, é eloquente nas palavras e ao microfone se expressa muito bem. Na rápida entrevista, Nonato recordou um pouco sobre o local onde nasceu, cresceu e constituiu família.
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Nonato Oliveira e seu farto bigode: Paixão pela terra |
"Este local significa minha vida, foi aqui que nasci, me criei, constitui família, moro vizinho a meus pais- dona Eva e Seu Moacir, tem também aqui próximos a mim dois irmãos e uma tia, a Barra do Mocambo é um dos locais em que me sinto feliz plenamente", disse Nonato, que fala a respeito do chão castigado daquele lugar, em razão , principalmente da falta de chuvas, mas que outrora já teve fartura. "Estamos enfrentando uma crise de escassez de chuvas, não chove mais como antes e a consequência dessa ausência das chuvas é essa seca castigante. Mas quando chove tudo isso aqui é bonito, fica tudo verde, uma maravilha", falou um radiante Nonato.
Amante da agricultura, por questão de saúde desde o final de 2004 está afastado do roçado. Nonato se considera um trabalhador dedicado e lamenta não mais poder estabelecer um contato direto com a terra, a partir do puxar da enxada. "Eu trabalhava porque tinha paixão, amo agricultura, de mexer com a terra, ela pra mim é a segunda mãe. Gostaria de estar trabalhando. Se tivesse que decidir, abriria mão de toda riqueza do mundo, só para tocar minha profissão, porque gosto", disse.
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Nonato Bigodudo coma a esposa Maria José |
Nonato Oliveira contou como teve início o problema que o afastou da roça e dos afazeres diário no campo.
"Há 10 anos comecei a sentir o problema, um incômodo, me sentia mal, duas ou três vezes durante uma atividade, parava tomava uma água, voltava e já me sentia mal de novo, até que chegou a ponto que não tava dando mais, porém não tinha a noção que pudesse chegar ao ponto de eu ter que deixar de exercer a minha profissão, tive que implantar um marca-passo, sinto saudade da roça, principalmente no inverno", frisou o Bigududo, se dizendo um apaixonado pelo campo e que não se vê na cidade. "Eu amo Elesbão Veloso, minha cidade, adoro as pessoas e até a maneira de viver, mas não me vejo morando na cidade, eu adoro viver no campo." encerrou Nonato, que é pai de dois filhos- Renato(30) e Naiara(26).
MAIS FOTOS
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Residência do Bigodudo em Barra do Mocambo. |
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Campos vastos em Barra do Mocambo. No detalhe, estrada de acesso |
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Nonato e dona Maria José |
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Visita de cortesia; José Neto e Cícero ladeiam o casal Nonato e Maria José |
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