Elesbão Veloso não realizará corrida de vaqueiros este ano, e sim cavalgada. Comissão organizadora explica mudança.

Por José Loiola Neto/Destaques de Elesbão

Uma tradição que atravessa décadas e gerações, a tradicional corridas de vaqueiros, realizada, segundo os mais velhos desde o começo da década de 1940, ainda nos tempos do antigo povoado Coroatá não ocorrerá este ano, para a insatisfação de alguns e incredulidade de outros tantos.

A não realização das corridas, promovida pela prefeitura ano pós ano vem encontrando empecilhos, um deles, a participação de menores, que mesmo impedidos por lei, teimam em querer competir, pondo em risco a si mesmo e a comissão organizadora que numa eventualidade de acidente envolvendo a um menor/adolescente certamente irá responder judicialmente.

Nesse sentido, achando por bem evitar maiores problemas  e respeitando as determinações do Ministério Público e orientações do Conselho Tutelar, a comissão organizadora da festa do vaqueiro em Elesbão Veloso presidida pelo vaqueiro, pecuarista e representante da Associação dos Vaqueiros Amadores de Elesbão Veloso- AVAEV, Chagas Cinobilino, decidiu neste ano de 2017 promover uma cavalgada.

Convém ressaltar que apesar da mudança, a programação de anos anteriores está mantida, dessa maneira, logo cedo, a partir das 8h da manhã começam as inscrições no Parque de Vaquejada Breno Bezerra imediações do Terminal Rodoviário José Osvaldo Barbosa.

No ato da inscrição, o vaqueiro receberá senha para o almoço que será servido entre 11h30 e 12h. A primeira parte do desfile em cavalgada está previsto para às 15h30, quando cavaleiros e amazonas sairão do parque rumo a Matriz de Santa Teresinha, onde acontece a bênção pelo pároco Miguel Junior.

Em seguida, a segunda parte da cavalgada-- saída rumo ao Capitão Mundoco, percorrendo ruas do bairro, até sair pela rodovia  estadual PI-224, proximidades do Posto Lu e açude da Rua do Fio seguindo trajeto por ruas dos bairros Piçarra e Vermelha, até entrar pela Avenida Florentino Sampaio Veras(antiga Estrada Nova), retornando ao parque, local da premiação para os vaqueiros participantes.

Entrevistados pelo Painel Popular/FM Eldorado, Chagas Cinobilino e Naldo Abaiador, ambos da Comissão Organizadora da festa do vaqueiro em Elesbão Veloo trataram sobre pontos importantes do evento.

Chagas Cinobilino disse que a mudança de corridas para cavalgada se deve principalmente a proibição da participação de menores, na medida em que a fiscalização do Conselho Tutelar é bastante rígida.

- A gente tentou de todas as formas, inclusive em anos anteriores impedir a participação de menores, mas não tem jeito, sempre surge um ou outro menor.; pessoas levam o cavalo e entrega para ele na boca do jiqui e quando a gente tenta coibir ele(menor) já está correndo, querendo driblar a lei, e para a gente não correr o risco, achamos por bem mudar e promover uma cavalgada, mantendo a programação, com almoço, bênção na igreja e premiação.

Perguntado se aguarda algum tipo de reação do público, Chagas disse ser preciso acompanhar as renovações que acontecem no mundo, e que não espera maiores problemas até porque mantém laços fortes de amizade com toda vaquerama não apenas em Elesbão, mas em cidades próximas.

- Para tomar essa decisão a gente conversou com muitos vaqueiros, e todos foram unânimes em aceitar a cavalgada, até porque não muda muita coisa, foi tudo combinado, e a maioria achou a cavalgada melhor que a corrida.

Ao falar sobre as participações de menores em corridas, algo verificado nas edições anteriores, inclusive as mais recentes, Chagas disse que é assinado por membros da comissão organizadora um termo de compromisso pela realização da festa, e principalmente a proibição da participação de menores de 18 anos, mas sempre acontecia uma desobediência de alguns.

Naldo Aboiador explicou que a mudança entre e a corrida de vaqueiros e a cavalgada, se deve o fato de na segunda haver a participação de mulheres(amazonas) desde as mais jovens até as com certa idade. Natural de Sumé-PB, Naldo disse que a cavalgada é um movimento que vem crescendo não apenas no seu estado, mas no Nordeste e no Brasil de um modo geral.

- Hoje é um dos esportes que mais cresce no Norte/Nordeste não tem porteira; a cavalgada chegou e vai comandar todos esses esportes que se dizem respeito ao animal, porque não se trata apenas de cavalo, você vai no jumento, numa nula etc.

Questionado se durante a cavalgada tem o famoso aboio, Naldo disse que da parte dos organizadores e participantes- cavaleiros e amazonas, quando falta o aboiador na cavalgada é como faltar o padre na missa.

- Ele precisa estar presente porque é ele quem leva o verso, a toada para quem participa, bem como para o público em geral.

Este ano, a exemplo de outros, uma vez mais Naldo Aboiador estará entoando prosas e versos ao lado do parceiro Galego Aboiador.

Naldo Aboiador em entrevista ao Painel Popular; divulgação de cavalgada em Elesbão Veloso
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