DESABAFO- Diretora do Ceep Benedito Leal por mais de 15 anos, exonerada do cargo Doralice Costa, a Maninha conclui: "faltou consideração".

Professora Doralice Costa deixou a direção do Ceep Benedito Leal.

Por José Loiola Neto/Destaques de Elesbão Veloso- Educação

No último dia 14 de janeiro, durante o Painel Popular, a professora Doralice Ferreira Lima da Costa a Maninha falava a respeito da sua plataforma de trabalho com vistas ao ano de 2018, dizia o que pretendia desenvolver ao longo de mais um ano letivo, no dia seguinte-- 15 de janeiro, entretanto, Maninha era surpreendida com a decisão dando conta da sua exoneração do cargo a que esteve a frente por mais de uma década e meia. Para o seu lugar foi nomeada Maria Valdirene Santos, que vinha acumulando a função de professora de línguas portuguesa e inglesa na escola durante os últimos anos.

Menos de uma semana após o anúncio da sua exoneração, exatamente no dia 21 de janeiro, novamente no Painel Popular, Doralice Costa comentava ao vivo a respeito da sua saída, a qual assegura ter encarado da melhor maneira possível, na medida em que planos o ser humano faz enquanto está vivo, e de fato tinha novos projetos para escola nesse ano de 2018, porém sabia que em algum momento chegaria ao fim sua passagem como diretora do Ceep Benedito Leal.

- Eu não fiz concurso para diretora, não sou dona da escola, então uma hora ou outra isso tinha que acontecer. Não vamos procurar culpados. Chegou a hora de alguém me substituir e eu encarei isso da melhor maneira possível, até melhor do que eu achei que poderia ser.

Maninha disse que recebeu com surpresa a sua exoneração pela forma como foi feita, no entanto sabia que só estava no cargo porque existia eleição, dessa forma, a partir de 2016, quando acabou o processo de escolha por meio da eleição ficou aguardando, sendo que no ano seguinte--2017 renovaram a portaria, mesmo assim já estava precavida.

- Eu vivia dizendo para colegas na secretaria que poderia sair a qualquer momento, eu acho que foi surpresa porque faltou um pouco de consideração. Pelo trabalho que eu desenvolvi lá no mínimo deveria ter havido um aviso para eu me preparar, preparar as coisas ou que tivesse eleição ou teste. Para mim, o ruim foi só isso, mas o mais, tudo bem...

Maninha afirmou que gostou de ter sido diretora  do Ceep Benedito Portela Leal e admitiu não gostar de sala de aula, apesar de ser professora. Adiantou que prefere e gosta mais da parte administrativa, mas todo ciclo tem seu final, no caso da sua passagem pelo Ceep Benedito Leal entende que deu sua contribuição e é chegada a hora de abrir espaço para que deem sequência aos projetos que venham a somar para o engrandecimento da escola. A ex-diretora faz uma análise da administração e acha que ficaram mais pontos positivos

- Eu entendo que não perdi um emprego, perdi um cargo e é mais uma carga do que um cargo.  Acho que há mais prós do que contra porque quando você faz o que gosta, tudo dar certo, embora surjam alguns percalços, mas no final termina dando tudo certo e a gente fica satisfeito.

Indagada sobre alegrias e decepções no percurso como diretora do Ceep Benedito Leal, a falta de comunicação acerca da sua exoneração sem aviso prévio fica marcado como um ponto negativo, mas no geral, sem dúvidas houveram mais alegrias.

- Eu sempre adotei todos aqueles meninos, tinha uma amizade muita boa com todos os funcionários, mas o lado da educação é assim: reconhecimento é o que a gente menos tem, você faz... faz...faz, mas se fosse numa cidade grande se o interesse político fosse maior, essas coisas tem o reconhecimento, mas no caso da gente aqui, sempre ficamos meio que de lado. Acho que a tristeza é nesse sentido: você trabalha...trabalha e o reconhecimento desaparece, de repente você sai como se não tivesse feito nada, como se não significasse nada, por esse lado é a parte negativa.

A fala anterior da professora Doralice Costa nos remete a uma volta ao tempo, mais ou menos há sete anos atrás, quando em entrevista ao quadro Perfil do Painel Popular, Maninha quando questionada sobre sua influência no meio político deixou claro que não vislumbra a busca de espaço através de um cargo, na medida em que "tem nome", mas "não tem sobrenome" para tal.

- Não mudo de opinião, fiz meu nome, estudei, fiz concurso, fui aprovada, então, nome eu sempre tive, mas sobrenome nunca, e essas coisas que se dizem melhores realmente tem que ter o sobrenome porque na política há o chamado "interesse político", principalmente claro, e a moeda de troca é o voto e as vezes você vota,  faz e acontece, mas se você não tiver o sobrenome você só é "mais ou menos" naquele dia da eleição, depois passa...

Professora efetiva da rede estadual desde 1994, Doralice Costa disse que depois de muito tempo desenvolvendo a função de diretora do CEEP Benedito Leal quer agora um pouco de descanso, lembrando que há muitas férias a serem tiradas, sem falar em licenças.

- Eu tenho que me afastar mesmo, até pelo fato do tempo em que eu permaneci na escola muita gente vai me procurar, além disso, podem achar que eu queira me meter na gestão de quem está me substituindo, eu ficando afastada é melhor. Minha única preocupação é ficar sem fazer nada, algo que não gosto, não consigo ficar parada.

Ao traduzir a missão de ser diretora, Maninha foi direta ao afirmar que de modo geral "é difícil trabalhar com gente" e ser professor é complicado, na medida em que esse profissional no demais das vezes tem de fazer o papel que é da família, dessa maneira, para fazer parte do contexto da educação, principalmente como docente tem que ter sorte, coragem e muita força porque é tão difícil ir para sala de aula como administrar uma escola.

- Nos dias atuais, a educação não apenas no estado do Piauí, o sistema diz que você tem que passar o aluno de qualquer maneira e a responsabilidade é pouca, pois sempre quem tem razão é ele(aluno)

Maninha encerrou agradecendo a todos os alunos pelo convívio de muitos anos, enquanto aos professores pediu desculpas se por algum momento tiver ofendido a algum deles. A ex-diretora elogiou a sua sucessora, a professora Valdirene Santos, na sua opinião uma pessoa culta e muito competente, razão que o faz acreditar que dará tudo certo.
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