Mensagem escrita e lida por Alana Gisele, filha da professora Maria Alves da Silva Cavalcante, nas missas em Elesbão Veloso e Teresina .

“Boa tarde a todos, acredito que senão todos, mas a maioria me conhece, sou Alana Gisele, filha de Maria Alves e Nonato Cavalcante.


Eu fiz uma sequência de mensagens contando o dia-a-dia da mamãe, porque ela não queria esconder de ninguém seu estado de saúde;Diante de tantas mensagens ,e da minha incapacidade de responder a todos, criei uma lista de transmissão que eu poderia até chamar de lista de amor, carinho ou qualquer adjetivo que conseguisse representar a empatia e o respeito de cada amigo que dedicou seu tempo para saber como a nobre amiga Maria Alves estava.

Professora Maria Alves com a filha Alana Gisele.

Bem, o que eu desejava era a cada dia transmitir as melhores notícias e a cura do corpo físico da mamãe, que naquele momento estava enfermo. No entanto, o que hoje venho lhes dizer, uso um trecho do Pequeno Príncipe, que aliás foi um dos livros que lemos juntas, “é invisível aos olhos e só o coração é capaz de ver”, para lhes explicar que só o coração pode ter a certeza que nossos entes queridos estão bem; Minha mãe está bem, e as últimas palavras dela para a médica de plantão foram “Eu vou ficar bem”, depois disso não voltou nenhuma vez com as tentativas de reanimação cardiopulmonar, e eu como sempre vi verdade nas palavras dela, mesmo que não concordasse no momento, acredito que ela realmente está bem. Mesmo acreditando e sem questionar que ela está bem, vem os momentos de fraqueza, e eu não vou reprimir meu choro, logo na maior dor que já senti na minha vida. E essa me fez refletir os quão dolorosos e martirizastes são os rituais que nossa cultura cultiva, estes nos fazem reviver a dor diariamente e mina nossas forças, não aguentei a maioria dos terços por completo, não assisti o corpo físico da mamãe voltando a mãe terra e nem fui a visita de sétimo dia, e mesmo não devendo satisfação alguma, justifico a mim mesmo e a quem for de interesse, que não vou me obrigar a potencializar minha dor,o mais importante fiz a ela em vida terrena.

Pedi a todos que viessem de branco,para tornarmos juntos tudo mais leve e formarmos uma egrégora luz branca emanando paz e bom descanso a minha mãe. De forma alguma quero ser egoísta e prendê-la nesse plano, seria injusto diante de uma trajetória tão brilhante de conhecimento e espiritualidade aguçados como a dela. Confesso que pensei de vir com outra cor de roupa, e sugerir ao meu pai que viesse também com outra cor e ainda diferente da minha, pois nossa dor é diferente, somos parte da família que ela formou e mesmo assim, em um patamar distinto, são sofrimentos diferentes. Como é possível ver, não o fiz, viemos de branco;A geração passada negligenciou o sofrimento, talvez por isso nossa geração precise tanto de cuidados, e pensando nisso e mais especificamente em uma frase de Juliana Rossi que diz “Só quem sente sabe o tamanho e a intensidade, não minimize a dor alheia, simplesmente respeite”. E vir de branco, me unindo em um só corpo e um só espírito com a nave dessa igreja, representa o meu respeito pela dor de todos que de uma forma ou de outra foram cativados pela nossa eterna e ser infinito Maria Alves.
Professora Maria Alves em momento em conexão com a Mãe Terra
É retórico e também insuficiente falar sobre o meu amor pela minha mãe, é o amor maior do mundo, e repito a legenda do nosso vídeo dançando Raul Seixas que eu compartilhei;A passagem dela por minha vida foi “Nossa dança da vida, nosso show, nossa maluques  misturada com nossa lucidez, e amor, e carinho, amizade, irmandade, cumplicidade e nossa nova dança interplanos astrais, conexão via cordão umbilical energético universal, indestrutível, infinito”. A senhora está bem e nada me faz mais feliz que nossa felicidade! As pessoas chamam de força, eu chamo de certeza da sua cura e bem estar, te amo minha alma gêmea.Meu colo, minha certeza dessa e de outras vidas, minha mentora holística, meu cabresto, minha liberdade, meu norte, minha criadora, e como sempre digo “acho que minha mãe fez foi me adestrar”, minha adestradora.

Diante de tanta dor, que cada dia toma forma de uma realidade a qual não posso fugir, me apego aos seus ensinamentos para continuar de pé e uso dessa reflexão que a senhora fez no leito da UTI, antes que eu saísse, para louvar todo o conhecimento e orientação que recebi durante toda minha vida, a seguinte frase minha mãe falou diante de mim e da Dra. Dayna, que estava com ela;Primeiro falei  assim: “Mãe, a Dra. Dayna tem uma energia muito boa, tão positiva”, ela tirou a máscara de oxigênio e disse “Todos nós temos energia boa, são nossas escolhas, atitudes e maus sentimentos acumulados que deixam ela ruim, mas está em nossas mãos que ela volte a ser boa” (14/02/2019, Maria Alves da Silva Cavalcante).

Espero que essa frase se propague e possa causar um momento de reflexão a quem tiver acesso. Ademais, que seu nome fique eternizado por emanar tanta energia positiva, palestrar e até cantar no leito de hospital.

Uso, também essa foto que amo, que é uma foto que estou no colo dela, para demonstrar todo todo o nosso amor, e uma foto que ela está descalça, encostada numa árvore com os pés no chão, se conectando com a Mãe Terra, amada Mãe Terra que é quem nós somos, para mostrar o amor dela pela natureza, sua humanidade e sua conexão com o Universo.

Finalizo dizendo a todos que não se assustem ao me ver vestida de roupas coloridas e alegre pela rua, LUTO para mim e para minha mãe, sempre foi do verbo LUTAR e no depender de de mim vai continuar sendo. Obrigada a todos!

Alana Gisele Alves Cavalcante"
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1 Comentários

  1. Sua mãe continua vivendo através de você, e com você deixou lindas lembranças, muito amor e ensinamentos, e nisso espero que consiga encontrar consolo. Muita força para você.
    Sua Mãe deixou lindas lembranças que viverão eternamente nos corações de quem a ama.��

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