EXCLUSIVO- Um ano depois, empresário Pedro Rico analisa situação de acidente vivida por ele, esposa e filhos na BR-316: "momento mais difícil da minha vida"


Empresário Pedro Rico fala com exclusividade ao Painel

Por José Loiola Neto

No último domingo(29/7/18) completou um ano do fatídico acidente envolvendo o empresário Pedro Soares, o Pedro Rico, a esposa dele, a professora de educação física Marcilene Campelo e os filhos Maria Eduarda e Carlos Eduardo, fato ocorrido em trecho da BR-316, cercanias da localidade Torre, zona rural de Elesbão Veloso, instante em que seguiam para Teresina, onde participariam de um ato familiar-- o aniversário de um sobrinho.

Um ano após o fato, Pedro Rico falou ao Painel Popular com exclusividade e contou a respeito do drama que viveu desde o momento em que viu o seu filho esparramado no chão após o acidente, os dias na UTI, o dia em que voltou a falar até o período de recuperação durante as sessões de fisioterapia.

Pedido para analisar aquele momento, o dia e o fato registrado, Pedro Rico disse que sem dúvida nenhuma viveu um dos piores momentos que um ser humano pode passar na vida, recordou que estava indo à capital para prestigiar uma festa de um familiar e na estrada, em um trecho de curva derrapou na brita exposta no meio da pista e virou o carro.

- É uma situação difícil, você ver seus filhos jogados no asfalto, você se sente impotente. Eu e minha esposa estávamos conscientes, o meu cachorro também, quanto a meu filho, eu pensei que ele estava morto, ele estava inconsciente, quando ele entrou no carro(do Pedrinho Conrado, filho da dona Alzira Costa e Seu Nonato) ele tossiu, eu estava com um dos braços quebrado, minha esposa também com um dos braços quebrado, minha filha sangrando muito perguntando pelo irmão. Foi sem dúvida, a situação mais difícil da minha vida.
Pedro Rico detalhou acidente na BR-316: 'sabia que o carro ia virar'

Pedro Rico que em setembro de 2016 sofrera assalto de um carro(uma SW4), no Sul do Piauí disse que "isso foi fichinha" diante do que aconteceu com ele e familiares. O empresário recordou que do local do acidente quis seguir para Barro Duro, até por já ficar mais perto de Teresina, mas foi convencido pelo bancário Pedro Conrado da Costa(Pedrinho Banco do Brasil) a retornar ao Hospital Estadual Norberto Moura em Elesbão Veloso.

- Voltamos para cá, da estrada liguei para o meu irmão em Teresina comentando o fato, eu sei que quando chegamos ao hospital já haviam vários mototáxis, muitos amigos, os mototáxis não deixou ninguém entrar no hospital, não deixaram tirar fotos e foi aquela correria para adiantar as coisas, muita gente querendo ajudar. Nunca pensei que tivesse tanta amizade em Elesbão, eu fui bem acolhido pelo povo elesbonense naquele acidente.

Pedro Rico se emocionou várias vezes no decorrer da entrevista sob justificativa de que viveu um momento delicado, e diante de tudo que passou, por conta das adversidades enfrentadas se considera um cara abençoado e o acontecimento embora desagradável serviu de aprendizagem.

- Com certeza. Tudo na vida serve de aprendizagem. Muitos poderiam me criticar, dizer que eu ia ligeiro ou devagar. O que aconteceu naquele dia foi o seguinte: quando desci uma ladeira que me deparei numa curva tinha uma brita espalhada na pista; SW4 é um carro muito bom, mas é um carro que balança muito, quando eu entrei que ela rodou para um lado, eu puxei para o outro, minha esposa gritou: Pedro!, eu falei: 'segura que nós vamos virar!' e eu virei o carro consciente.
Pedro Rico disse que acidente serviu de aprendizado e que saiu fortalecido: "Deus mandou bênçãos"
Conta ele que por dentro o carro não estragou nada, quem viu o carro por fora vai dizer que não escapou ninguém, as fotos que circularam nas redes sociais expondo o carro danificado foi depois que um trator o empurrou para retirá-lo da pista, dai danificou.

- Pelas fotos se percebia que a parte dianteira e traseira estavam acabadas, mas no interior do carro não quebrou nada, nem direção, nem marcha, nem painel, nada. não tombei o carro de lado, tombei o carro de bico.

A IDA PARA TERESINA, A RECUPERAÇÃO DOS FILHOS E A RETOMADA AO VOLANTE

Para Pedro Rico, a ida para Teresina foi um dos piores momentos, porque viveu muita angústia, principalmente para ele que seguia com o filho em uma ambulância, sendo que ao chegar no Hospital de Urgência de Teresina-HUT se sentiu amparado, isso porque havia muita gente, inclusive a própria equipe do hospital estava à postos.

- Estavam lá esperando meus filhos, muita gente, pelo menos 100 pessoas de Elesbão Veloso e Francinópolis, logo chegaram dois médicos a pedido do Dr Miguel Arcoverde a quem agradeço muito, ai veio o trâmite legal, meus filhos já foram para cirurgia, tomaram bolsa de sangue. Digo a vocês: qualquer coisa em matéria de saúde que você precisar, vá para o HUT, lá é o hospital.
Em um curto espaço de tempo Pedro perdeu sogra, pai, irmão, foi assaltado e se envolveu em um acidente: "sou forte"

O garoto Carlos Eduardo ficou 7 dias na UTI. Nesse período lembra Pedro Rico que do ponto de vista emocional  foi muito difícil, prova disto é que tomou Diazepam de 10 mg e não conseguia dormir, muito menos se alimentar.

- Eu fiquei 10 dias sem dormir, ligado, estava tomando Diazepam para dormir, passado por um médico e eu não conseguia dormir, as imagens do acidente passavam direto na minha cabeça, muito forte, a virada nem tanto, mas as imagens dos filhos jogados, minha filha deitada na brita, minha esposa ajoelhada pedindo ajuda, é uma situação que cidadão nenhum merece passar.

Para Pedro Rico, a recuperação rápida dele da esposa e dos filhos, consequentemente o retorno para casa, dando tempo de os meninos "salvar o ano letivo" pode ser considerado muito além de uma vitória, na verdade foi uma bênção dada por Deus, isso porque apesar da ausência por alguns dias de aula, as crianças conseguiram passar direto, além disso ficaram sem nenhuma sequela.

- Nessa semana fiz a última ressonância magnética na cabeça do Carlos Eduardo, ele tinha ficado com um buraco na cabeça por dentro no crânio de mais ou menos 2 cm, hoje, um ano depois está fechado, a própria médica que o atendeu é muito religiosa por isso ela falou: 'Pedro, esse menino tem algo reservado para ele'. A gente agradece a Deus em primeiro lugar e a muita gente.
Pedro Rico sobre o sofrimento pelos filhos: "enfrentaria tudo outra vez"

Vivendo dramas nos últimos meses entre 2016 e ano passado, que incluíram a perda da sogra, do pai e de um irmão, um assalto e ainda o trágico acidente de 29/7, Pedro Rico recordou um fato que envolve a dona de um hotel em Simplício Mendes-PI onde fica hospedado durante suas viagens-- trata-se de dona Ana, que sugeriu a ele que se convertesse e entregasse seus planos a  Deus.

- Eu falei para ela que já era de Deus por ter passado por tudo isso e estar 100%, eu entendo que para ser de Deus não é preciso estar dentro da igreja, precisa praticar boas ações. De tudo na vida eu tiro um aprendizado e Deus só dá um fardo a quem pode carregar e eu lhe digo: carreguei e carregaria novamente, peço a Deus que não, mas carregaria por minha família e por outra pessoa pois sei o quanto me ajudaram.

Pedro Rico encerrou a entrevista dizendo que encarou com naturalidade a questão de continuar dirigindo, prova disto é que dez dias depois do acidente estava dirigindo com apenas um dos braços, já que o outro estava enfaixado, conta ele que sempre esteve tudo sob controle, porém, o acidente serviu para redobrar os cuidados e ter mais precaução.

- Não é questão de andar ligeiro, é que você aprende muita coisa, os meus próprios filhos no começo, a Maria Eduarda tinha medo de viajar, mas eu fiz questão de logo em seguida, em dezembro irmos a Fortaleza, gastei dois dias, fui devagar e hoje está tudo superado. Tudo na vida se tem um aprendizado, você aprende a ser mais atencioso, a dar mais valor as pessoas dentro de hospital, é inestimável o aprendizado.
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